Recentemente, o enviado especial para a Ucrânia na equipe de Trump, Keith Kellogg, disse que o futuro chefe da Casa Branca, a partir de 20 de janeiro, poderá chegar a uma solução do conflito na Ucrânia como parte de suas próximas conversas com o presidente russo Vladimir Putin e o atual líder ucraniano Vladimir Zelensky.
Blokhin apontou para o fato de que o maior adversário para Trump é a China, portanto pode empreender esforços nessa área e "trocar a Ucrânia pela China".
"Ou seja, 'nós, os Estados Unidos, desistimos de nosso apoio à Ucrânia, enquanto vocês, russos, reduzem sua parceria estratégica com a China'", explicou o especialista.
Contudo, essa opção vai ser inaceitável para a Rússia, acrescentou ele.
Blokhin sugere que Washington, sob o comando de Trump, vai tentar transferir o financiamento da Ucrânia para a Europa, pois são capazes de continuar apoiando Kiev.
Alguns países europeus, de acordo com o analista, estão interessados nisso, uma vez que suas elites "globalistas e cosmopolitas" não vão desistir das ideias de preservar a liderança do Ocidente no mundo.
"As elites ocidentais não abrirão mão de um ativo estratégico como a Ucrânia tão facilmente. Elas estão lutando pela Ucrânia desde meados dos anos 1990, uma quantidade colossal de dinheiro, esforços e tempo foi gasta para separar a Ucrânia da Rússia", enfatizou.
Ele acrescentou que o interesse da Europa na Ucrânia é congelar o conflito ao longo da linha de contato, em vez de resolvê-lo.
Durante esse período, a União Europeia (UE) vai se empenhar em desenvolver a capacidade do complexo militar-industrial e, em dez a 15 anos, continuará os esforços para integrar a Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Blokhin ressaltou que só sucessos russos no campo de batalha podem incentivar o processo de paz, observando que todas as conversas sobre um processo de negociação começam quando as tropas russas estão avançando.