O deputado federal Aécio Neves, uma das principais lideranças do PSDB, admitiu que o partido vem travando conversas para fusão, federação ou incorporação a outras legendas.
"O PSDB vai construir uma aliança ao centro com forças que estejam dispostas a isso e por isso nós temos ampliado as nossas conversas. A partir de fevereiro, nós vamos retomá-las com mais intensidade", afirmou Aécio.
No entanto, ele criticou o que chamou de tentativas de "cooptação pessoal" de importantes nomes do partido.
"Nos incomoda muito essa busca de uma cooptação pessoal de lideranças do PSDB sem a discussão de um projeto para o Brasil."
A informação foi veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo, citando como base entrevistas anteriores dadas por Aécio e consultas a lideranças partidárias. Segundo o jornal, os tucanos já tiveram conversas com partidos como MDB, Solidariedade e Podemos.
Antes um dos partidos mais importantes do país, que tem em seu quadro nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro José Serra, o PSDB encolheu significativamente desde a última vez que disputou as eleições, em 2014, tendo como representante Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff (PT).
Nas eleições municipais de 2024, o partido elegeu apenas 273 prefeitos, 250 a menos que em 2020, caindo do 4º para o 8º lugar em número de cidades conquistadas, e pela primeira vez não conseguiu eleger nenhum vereador. A queda segue uma tendência de encolhimento iniciada em 2016, quando o partido elegeu 799 prefeitos. Comparado com 2016, o número de vitórias eleitorais da legenda em 2024 registrou uma queda de 65,7%.
Segundo a Folha de S.Paulo, atualmente o PSDB deixou de ser uma legenda grande para ser considerada média. Agora, o temor das lideranças tucanas é que a legenda seja rebaixada ao rol das nanicas.