Anteriormente, a agência Bloomberg citou fontes que afirmaram que o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán teria dito aos líderes da UE que decidiria se apoiaria a extensão das sanções contra a Rússia após a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em 20 de janeiro.
Segundo o Financial Times, há grandes preocupações entre os políticos europeus sobre o possível descongelamento dos ativos russos devido às declarações de Trump quanto à necessidade de um acordo com a Rússia que pode vir a incluir o enfraquecimento do regime de sanções.
"Se as sanções forem suspensas, um funcionário descreveu que 'o dinheiro estaria na Rússia no dia seguinte', pois os intermediários financeiros não teriam base legal para retê-lo."
No artigo se trata, em particular, de cerca de € 190 bilhões (R$ 1,18 trilhão) de ativos estatais russos que estão na Euroclear, uma empresa de serviços financeiros que fica sediada na Bélgica.
As autoridades da UE esperam pagar com os lucros destes fundos um empréstimo de US$ 50 bilhões (R$ 302 bilhões) à Ucrânia que eles próprios lhe deram.
Observa-se que, se as sanções não estiverem mais em vigor, as restrições comerciais e setoriais impostas à Rússia contra o fornecimento de petróleo, também deixarão de ser aplicadas.
"Estou realmente muito preocupado com isso, e outras pessoas também deveriam estar. Há uma grande chance de Orbán não ceder", disse um diplomata sênior da UE ao jornal.
Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, a UE e os países do Grupo dos Sete (G7) congelaram quase a metade das reservas de moeda estrangeira da Rússia, que correspondem a cerca de € 300 bilhões (R$ 1,87 trilhão).
Mais de € 200 bilhões (R$ 1,24 trilhão) estão mantidos na UE, principalmente nas contas da Euroclear da Bélgica, um dos maiores sistemas de liquidação de transações de títulos do mundo.