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'China é um parceiro natural', diz presidente brasileiro da COP30 após EUA deixarem Acordo de Paris

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou que a China se tornou um parceiro natural do país na realização do evento, sobretudo após Trump deixar o Acordo de Paris.
Sputnik
Além disso, o diplomata ressaltou que o financiamento climático não depende apenas dos países ricos.
O Brasil vai sediar a COP30, principal conferência climática do planeta, entre 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém. Pela primeira vez, o evento acontece na Amazônia. Porém, a o evento se depara com um enorme desafio: a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, um dos primeiros atos de governo anunciado pelo presidente Donald Trump. Além disso, o republicano tem sinalizado que o maior poluidor histórico do planeta vai investir cada vez mais no uso dos combustíveis fósseis.
Para o presidente brasileiro da COP de Belém, o embaixador André Corrêa do Lago, os EUA "estavam em uma direção muito interessante, de favorecimento da transição energética, e entraram em uma fase inversa". Além disso, o Brasil ainda tem uma outra difícil missão para a conferência desse ano, que é efetivar o financiamento climático por parte dos países ricos, algo que não ocorreu na COP em Baku, no Azerbaijão.

"A gente tem que, antes de mais nada, discutir o que é financiamento climático, um tema muito complicado que a gente ainda não conseguiu abordar de maneira racional. Se forem considerados somente os recursos concessionais de países ricos para países em desenvolvimento, aí, sim, de fato, está saindo o país mais rico do mundo que, em princípio, se esperaria que fosse um dos maiores contribuidores. No entanto, o financiamento climático é muito mais do que isso", declarou à Folha de S.Paulo.

O diplomata afirmou ainda que, em meio à ausência dos Estados Unidos nas ações contra as mudanças climáticas, a China se tornou um parceiro "absolutamente natural", além da Índia. "E há outros países em desenvolvimento querendo caminhos parecidos com o do Brasil, inclusive com biocombustíveis", acrescentou.
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Legado do G20 e nova meta de financiamento

Durante as discussões em Baku, a declaração final defendeu a meta de US$ 1,3 trilhão (R$ 7,7 trilhões) para o financiamento climático, mas sem detalhar como chegar a esse valor. Inclusive em negociações anteriores, como o próprio Acordo de Paris, os países doadores nunca cumpriram os valores acordados.
Porém, o presidente da COP30 afirmou que o Brasil vai atuar em conjunto com os ministérios do Meio Ambiente, Minas e Energia e da Fazenda, além do Banco Central, para construir um apoio entre os participantes da conferência.

"Foram órgãos que trabalharam juntos no G20. Vamos dar continuidade a isso. Então, a ação do Brasil este ano não vai ser uma negociação que vai acontecer só em Belém, mas um esforço ao longo de todos estes meses até lá. Essa mudança de foco vai trazer para a COP soluções que outros órgãos vão contribuir para encontrar", finalizou.

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