O tema da reunião foi a chegada de brasileiros deportados dos EUA que desembarcaram algemados e com correntes nos pés. De acordo com Vieira, o Brasil fará um pedido de explicações ao governo norte-americano sobre o tratamento, que chamou de "degradante", dos passageiros no voo contratado pelas autoridades americanas.
Na sexta-feira (24), um voo com 158 pessoas que viviam ilegalmente nos EUA, sendo 88 brasileiros, partiu do país norte-americano em direção ao Brasil. A aeronave era esperada às 20h00 no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, fazendo escala em Manaus (AM), mas precisou passar por reparos de emergência.
Por orientação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a Polícia Federal recepcionou os passageiros em Manaus e flagrou a situação. O ministro alertou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o que classificou como "desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros", em nota oficial.
Lula então determinou o envio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os cidadãos até o destino final.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu durante a campanha eleitoral uma operação de deportação em massa de imigrantes. Após assumir o cargo em 20 de janeiro, Trump decretou emergência nacional na fronteira sul com o México e ordenou o envio de milhares de tropas para apoiar as autoridades de imigração na segurança da fronteira.
Além disso, determinou a deportação imediata de todos os imigrantes que ingressassem ilegalmente no país pela fronteira sul.
De outubro de 2023 a setembro de 2024, o Escritório de Alfândegas e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) deteve 2,1 milhões de migrantes na fronteira sudoeste dos EUA. Esse número foi menor que o registrado em 2023, quando 2,5 milhões de pessoas foram detidas, e em 2022, com 2,4 milhões de detenções.
Desde outubro, início do ano fiscal de 2025 nos EUA, quase 300 mil pessoas foram detidas na fronteira sudoeste, composta pelos estados do Texas, Novo México, Arizona e Califórnia.