Conforme publicação do g1, a Polícia Federal (PF) informou que o uso de algemas é de praxe durante voos fretados pelo governo norte-americano. Porém, o equipamento era retirado dos migrantes deportados durante o desembarque, o que não ocorreu. A corporação ainda alegou que os brasileiros não são considerados prisioneiros.
Após a constatação das algemas, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, alertou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação e foi determinado que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) transportasse os cidadãos até o destino final, que era Belo Horizonte.
"Os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança em nosso país", afirmou na data a PF, que proibiu as autoridades estadunidenses de algemarem novamente os brasileiros.
O Brasil já fez um pedido de explicações ao governo norte-americano sobre o tratamento, que chamou de "degradante", dos passageiros.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu durante a campanha eleitoral uma operação de deportação em massa de imigrantes. Após assumir o cargo em 20 de janeiro, Trump decretou emergência nacional na fronteira sul com o México e ordenou o envio de milhares de tropas para apoiar as autoridades de imigração na segurança da fronteira.
Além disso, determinou a deportação imediata de todos os imigrantes que ingressassem ilegalmente no país pela fronteira sul.
De outubro de 2023 a setembro de 2024, o Escritório de Alfândegas e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) deteve 2,1 milhões de migrantes na fronteira sudoeste dos EUA. Esse número foi menor do que o registrado em 2023, quando 2,5 milhões de pessoas foram detidas e, em 2022, com 2,4 milhões de detenções.
Desde outubro, início do ano fiscal de 2025 nos EUA, quase 300 mil pessoas foram detidas na fronteira sudoeste, composta pelos estados do Texas, Novo México, Arizona e Califórnia.