"Com o Brasil não houve crise, não há crise, nem haverá crise! Existem simplesmente divergências entre os chanceleres, divergências com assessores, lá, aqui, e bem, obrigação do presidente Lula e do presidente Nicolás Maduro é entendermos uns aos outros nossos países", disse o presidente ao jornalista.
Maduro comentou que as diferenças devem ser dialogadas:
"A única forma é conversar, comunicar, o nosso chanceler [Yván Gil] tem uma comunicação fluida e permanente com o chanceler Mauro [Vieira], e a única forma, o último caminho, estamos destinados a entender-se pela América Latina, pelo Caribe, pela paz e pelo desenvolvimento do nosso país".
Segundo o presidente venezuelano, o novo cenário da geopolítica mundial justifica priorizar “relações pacíficas de cooperação, fraternidade e avanço econômico”.
“Se você soubesse a quantidade de investidores que vêm para a Venezuela de petróleo, do Brasil de gás, de petroquímica, de energia, de turismo, temos esse caminho traçado", acrescentou.
As relações entre Brasil e Venezuela viveram momentos de tensão depois que o Governo Lula passou a integrar a lista de países que não reconheceram os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho.
O governo brasileiro, junto com Colômbia e México, solicitou que as atas eleitorais por mesa de votação do país fossem divulgadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, o que não foi atendido. O governo Maduro passou a criticar a postura do Brasil.
Posteriormente, a situação piorou quando o Brasil votou contra a entrada da Venezuela no BRICS, com o assessor especial da presidência, Celso Amorim, declarando que a Venezuela "não contribui" para um melhor funcionamento do grupo. A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, classificou o veto brasileiro como "irracional".
Apesar das rusgas, o governo brasileiro afirmou repetidas vezes que defende a manutenção do diálogo com Caracas e enviou representação para a cerimônia de posse de Maduro, em 10 de janeiro.
O Conselho Nacional Eleitoral determinou a vitória de Maduro nas eleições com 51,95% dos votos, contra o candidato da oposição, Edmundo González, com 43,18% dos votos.