Panorama internacional

Primeira-ministra da Dinamarca diz que não vê 'ameaça militar' do governo Trump sobre a Groenlândia

Uma bela vista em Nuuk, Groenlândia
Dias antes da posse, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a região como uma "necessidade absoluta" e não descartou o uso da força militar para conquistar o objetivo. O território faz parte da Dinamarca, mas desde 2009 possui autonomia governamental e para decisões independentes na política interna.
Sputnik
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, afirmou nesta terça-feira (28) que não vê uma ameaça militar à Dinamarca ou à Groenlândia por parte dos Estados Unidos.
"Não tenho motivos para acreditar que haja uma ameaça militar à Groenlândia ou à Dinamarca", disse Frederiksen à emissora dinamarquesa TV 2, acrescentando que ainda considera o país o aliado mais próximo da Dinamarca. Antes da fala, a líder dinamarquesa cumpriu uma intensa agenda de encontros em Berlim, Paris e Bruxelas.

"Recebemos uma mensagem muito clara — da Escandinávia à Europa, assim como de nossos amigos além-mar — de que deve haver, certamente, respeito pelo território e pela soberania dos Estados. Esse é um componente muito importante da comunidade internacional que construímos desde a Segunda Guerra Mundial", crescentou Frederiksen.

Já o ministro das Relações Exteriores, Lars Lokke Rasmussen, declarou que Donald Trump não terá a Groenlândia.
"Trump não terá a Groenlândia. A Groenlândia é a Groenlândia. O povo groenlandês é uma nação, inclusive do ponto de vista do direito internacional. Eles são protegidos pelo direito internacional e pela Carta da ONU [Organização das Nações Unidas]", disse Rasmussen, conforme citado pelo portal de notícias Ekstra Bladet.
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Trump ameaçou uso de força militar contra a Groenlândia

Trump classificou como "necessidade absoluta" que os EUA possuam a Groenlândia, oficialmente parte da Dinamarca. Em resposta, o primeiro-ministro groenlandês, Mute Egede, afirmou que a ilha não está à venda. No início de janeiro, o designado conselheiro de Segurança Nacional de Trump, Mike Waltz, disse que o presidente estava disposto a considerar todas as opções para anexar a região, incluindo o uso de força militar.
Também nesta terça, uma publicação do jornal britânico Financial Times destacou que a Dinamarca, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estudam uma estratégia para evitar um conflito público com Trump.

"A União Europeia e a OTAN fizeram um voto de silêncio sobre a Groenlândia após a Dinamarca solicitar que seus aliados se recusassem a reagir às ameaças de Donald Trump de anexar a ilha ártica", ressaltou o Financial Times.

O jornal ainda destaca que os oficiais da Dinamarca, da União Europeia e da OTAN neste momento decidiram minimizar discussões públicas do tema da Groenlândia, devido à sensibilidade profunda de Copenhague e ao entendimento de que desafiar abertamente Donald Trump apenas pioraria a crise. De acordo com a fonte, há a opinião no bloco de que "a abordagem 'olho por olho' é inútil".
A Groenlândia foi uma colônia dinamarquesa até 1953. Ainda faz parte do reino, mas, em 2009, obteve autonomia com a capacidade de autogoverno e de tomar decisões independentes na política interna.
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