O anúncio é feito dias após um primeiro voo para o Brasil, cujos ocupantes apresentaram denúncias de maus-tratos. A aeronave, fretada pelos Estados Unidos, agora sob a presidência do republicano Donald Trump, pousaria inicialmente em Belo Horizonte, mas problemas técnicos fizeram o voo ser transferido para Manaus.
No desembarque dos 158 deportados (88 eram brasileiros), foi constatado pela Polícia Federal que o grupo era mantido em território nacional com algemas e correntes, o que levou o governo brasileiro a cobrar explicações.
"Alguns relataram ter permanecido algemados por 12 horas. As algemas, que conectam pés e mãos, forçaram os detidos a se manterem curvados em uma posição desconfortável. As algemas do grupo de 2022 dos pés teriam sido removidas apenas uma hora antes do pouso", informou a publicação.
Brasil pede tratamento digno aos deportados
Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira (28), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o país vai solicitar ao governo norte-americano que novas deportações de brasileiros atendam aos requisitos mínimos de dignidade e também aos direitos humanos.
Durante o último voo, os repatriados também relataram o impedimento do uso do banheiro e a falta de ar-condicionado na aeronave fretada. Inicialmente, a expectativa era que a aterrissagem, na última sexta-feira (24), acontecesse no aeroporto internacional de Belo Horizonte, mas problemas técnicos fizeram o avião pousar em Manaus. Na ocasião, o grupo desceu no terminal com algemas nas mãos e correntes nos pés.
"O objetivo da reunião, além de transmitir ao presidente o que aconteceu, o relato da situação, foi também de discutir formas de tratar o tema daqui para diante e de discutir com as autoridades americanas que as deportações para eles, e a repatriação para o Brasil, sejam feitas atendendo aos requisitos mínimos de dignidade, respeito aos direitos humanos, atenção necessária aos passageiros de uma viagem dessa extensão", declarou Vieira na ocasião, segundo o g1.
Conforme o ministro, foi descartado o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para as deportações. O governo do presidente Donald Trump promete fazer a maior operação da história de repatriação de migrantes sem autorização de residência nos Estados Unidos.