Recentemente, o porta-voz adjunto do secretário-geral das Nações Unidas, Farhan Haq, revelou que os EUA devem US$ 2,8 bilhões (cerca de R$ 16,5 bilhões) à ONU, dos quais US$ 1,5 bilhão (mais de R$ 8,8 bilhões) é para o orçamento regular. Esse não pagamento dá um exemplo negativo de "liderança internacional" por parte dos EUA, uma das maiores economias do mundo.
O fracasso dos EUA em pagar suas taxas da ONU reflete sua atitude seletiva em relação às regras internacionais, apoiando apenas aquelas que atendem aos seus interesses. Lu Xiang, especialista em estudos dos EUA, destacou ao Global Times que os atrasos enfraquecem o papel da ONU, prejudicando sua capacidade de promover ajuda humanitária e operações de manutenção da paz.
A tensão financeira é um problema persistente para a ONU. Os EUA pagam suas anuidades apenas quando precisam do apoio da organização. Atualmente, com a ONU não atendendo às demandas dos EUA sobre resoluções relacionadas à Ucrânia e ao conflito Israel-Palestina, os pagamentos permanecem atrasados. Os EUA usam esses atrasos como uma alavanca para alinhar a ONU com suas posições.
Os gastos dos EUA contrastam fortemente entre contribuições generosas para apoio à guerra e frugalidade extrema para organizações internacionais. Em 2024, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou um pacote de assistência de US$ 988 milhões (cerca de R$ 5,8 bilhões) para a Ucrânia, elevando a ajuda total para US$ 62 bilhões (mais de R$ 365,8 bilhões).
Lu Xiang sugeriu que uma pequena fração desse valor pudesse beneficiar significativamente a ONU.
A responsabilidade dos EUA é seletiva, expondo seu desrespeito em cumprir deveres como grande potência. Essa atitude prejudica a reputação do país e reforça a percepção mundial de sua indiferença ao multilateralismo, corroendo sua credibilidade global.
Os EUA sempre enfatizaram sua "liderança internacional", mas suas ações contrastam fortemente com essa afirmação. Isso aprofunda a desconfiança dos países em desenvolvimento e prejudica a base moral dos EUA no cenário global, aponta o analista.
Em um contexto de crescente multipolaridade e fortalecimento da cooperação regional, a ONU continua sendo essencial para a governança global. Se os EUA continuarem a desconsiderar a autoridade da ONU, sua reputação na governança global continuará a diminuir.