No entanto, os cientistas acreditam que no passado as condições ambientais em Marte mudavam, e com bastante regularidade.
De acordo com uma nova pesquisa, as temperaturas em Marte antigo poderiam ter oscilado entre períodos quentes e frios por relativamente pouco tempo durante a sua existência de bilhões de anos.
O estudo de uma equipe de cientistas da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson de Harvard (SEAS, na sigla em inglês) sugere que, cerca de 3-4 bilhões de anos atrás, por dezenas de milhões de anos no Planeta Vermelho havia uma espécie de "verões" e "invernos". Ao contrário das estações habituais na Terra, eles duravam dezenas de milhares de anos.
Os cientistas chegaram a esta conclusão através da construção de um modelo fotoquímico que descreve o processo de troca de gases na atmosfera de Marte. Descobriu-se que o planeta tinha um ciclo ligado à concentração de hidrogênio e dióxido de carbono na atmosfera.
Quando devido a hidratação da crosta do planeta, o hidrogênio se acumulava na atmosfera de Marte, formava-se dióxido de carbono, que levava ao efeito estufa, dando início ao "verão". Isso poderia fazer com que Marte tivesse um clima temperado o suficiente para ter água líquida na sua superfície. Depois, o nível de dióxido de carbono na atmosfera diminuía e chegava o "inverno" marciano – a temperatura caía, a água congelava e assim por diante.
Pesquisadores acreditam que tais ciclos se alternavam ao longo de 40 milhões de anos, e cada "estação do ano" durava pelo menos 100 mil anos.
Teoricamente, os pesquisadores observam que durante os "verões" marcianos poderiam ter surgido condições para o surgimento da vida, mas é difícil dizer se realmente ela veio a existir em algum momento.