A agência, que tem um orçamento de mais de US$ 7 bilhões, ficou paralisada por uma semana devido a uma disputa sobre quem deveria liderá-la, segundo o The Washington Post.
De acordo com o veículo, o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, quer remover a atual diretora, Marina Bezrukova, do cargo devido ao seu fraco desempenho, mas o conselho de supervisão da agência, responsável por essa decisão, se opõe e recentemente votou por unanimidade a favor da extensão do mandato da titular.
Segundo o The Washington Post, Bezrukova, ativistas e alguns legisladores denunciaram as ações de Umerov como um "abuso de poder", que poderia minar a luta anticorrupção para a qual a agência foi criada, e já pediram sua renúncia.
"Uma disputa entre altos funcionários da defesa ocorre em meio a preocupações sobre o apoio militar contínuo dos EUA à Ucrânia e reacende preocupações sobre corrupção", escreve o jornal americano.
O impasse dentro do governo ucraniano ocorre em um momento precário para o país, com a incerteza quanto ao futuro da ajuda armamentista dos EUA, enfatiza a reportagem. Os republicanos nos Estados Unidos também frequentemente acusam Kiev de corrupção, lembrou a mídia.
Conforme o texto, os países europeus que trabalharam mais de perto com a agência de compras agora não têm a certeza de quem está no comando.
De acordo com o The Washington Post, os aliados europeus da Ucrânia consideram a agência de aquisições "um parceiro confiável para dar suporte à indústria de defesa ucraniana" e agora estão preocupados com "possível corrupção na aquisição de armas e equipamentos militares".
Esperava-se que os países europeus contribuíssem com cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) este ano por meio da agência, que escolheria os parceiros para assinar contratos de armas e então receberia os fundos por eles, disse o jornal.
Umerov foi nomeado por Zelensky em 2023 para reprimir a possível corrupção no ministério, depois que seu antecessor enfrentou críticas por supostamente comprar comida para soldados a preços inflacionados.
A criação de órgãos independentes para compras militares foi vista como um teste para um novo sistema de governança corporativa que seria mais transparente e menos vulnerável à corrupção, de acordo com analistas citados pelo a mídia norte-americana.