"O novo Equador sempre esteve aberto à integração comercial, mas não quando há abuso", afirmou Noboa em suas redes sociais. "Ratificamos nossa posição de assinar um tratado de livre comércio com o México. Mas até que isso aconteça e se torne realidade, vamos aplicar uma tarifa de 27% aos produtos que importamos, com o objetivo de promover nossa indústria e garantir um tratamento justo para nossos produtores", acrescentou.
A declaração foi dada um dia após Noboa encerrar sua campanha eleitoral rumo às eleições presidenciais, que serão realizadas em 9 de fevereiro. Ele busca a reeleição contra Luisa González, candidata do principal movimento de oposição, Revolução Cidadã.
O anúncio também foi feito no mesmo dia em que o México logrou adiar por um mês tarifas de 25% sobre seus produtos por parte dos EUA, após negociações.
No sábado (1º), Donald Trump, presidente americano, anunciou tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá — com exceção da energia canadense, que seria taxada em 10% — e de 10% sobre produtos da China. Os três países tarifados reagiram ao anúncio do republicano.
A medida contra o Canadá foi justificada como forma de pressão contra a entrada de imigrantes e drogas no território americano.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou tarifas de 25% a produtos dos EUA. A China informou que vai acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas por Trump.
No caso da China, Trump a acusa de ser responsável pelo fentanil que entra nos EUA, causando a crise de opioides que assola o país.
A crise do fentanil é relacionada a overdoses do opioide sintético nos Estados Unidos, que é 50 vezes mais forte do que a heroína. Estudo publicado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) aponta que, em 2021, 66% das mais de 100 mil mortes por overdose no país estavam ligadas ao uso dessa droga.