O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, vão se reunir com líderes da UE em Bruxelas para discutir o compartilhamento dos custos de rearmamento e aumento das capacidades militares, em meio à pressão dos Estados Unidos para que a Europa assuma mais responsabilidade por sua segurança.
Em face ao conflito ucraniano, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os países europeus deveriam aumentar seus gastos com defesa, e que os EUA não manteriam seus aliados. Mas a lacuna de € 500 bilhões (cerca de R$ 2,9 trilhões) será difícil de preencher.
Para além disso, os líderes europeus enfrentam pressão adicional após Trump ameaçar impor tarifas sobre produtos do bloco. Alguns propõem aumentar as compras de armas dos EUA para apaziguar a Casa Branca, enquanto outros temem que uma guerra comercial prejudique a economia e reduza a capacidade de gastar em defesa.
Um diplomata da UE destacou a necessidade de "mostrar unidade no curto prazo", mas reconheceu que, "a médio e longo prazo, um grupo mais dedicado pode liderar um caminho diferente". O debate revelou divisões entre os principais participantes da defesa da UE, como Alemanha e França, e Estados neutros ou pró-Rússia.
O financiamento é um ponto crucial e alguns Estados defendem uma abordagem mais ampla que inclua membros da OTAN como Reino Unido e Noruega. Segundo o Financial Times (FT), uma proposta envolve o Banco Europeu de Investimento levantando títulos e flexibilizando regras de financiamento para fins de defesa. A questão de quais capacidades de defesa devem ser comuns ou responsabilidade individual dos Estados-membros também está em discussão.
Starmer se encontrou com o chanceler alemão, Olaf Scholz, antes da cúpula que discutirá o financiamento da indústria de defesa europeia e os dois concordaram sobre a importância de aumentar e coordenar a produção de defesa na Europa.
A Noruega, parte do Espaço Econômico Europeu, está preocupada com possíveis tarifas dos EUA e da UE em caso de uma guerra comercial. A "coalizão dos dispostos" permitiria contornar Estados neutros e líderes que não acreditam na retórica de uma suposta ameaça expansionista vinda da Rússia.