Em meio a uma crise de migração na Europa, que vem se arrastando desde 2015 quando ocorreu um enorme aumento no fluxo de refugiados, a questão da imigração tem ocupado as primeiras linhas nas campanhas eleitorais europeias, com uma ascensão de partidos de direita.
A UE e, em particular, a Alemanha, o principal país de destino para os refugiados, não estavam prontas para acomodar e distribuir tão grande quantidade de pessoas, na maioria provenientes da Síria.
"Recentemente, houve um desenvolvimento adverso. A capacidade das sociedades dos Estados-membros de acolher um grande número de imigrantes está sendo cada vez mais posta à prova, especialmente em situações em que alguns imigrantes não procuram se integrar à sociedade anfitriã, mas sim formar comunidades separadas nas quais podem ser cultivadas normas e regras que se desviam dos valores europeus", observa o documento diplomático citado pelo The Times.
A Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados, também conhecida como Convenção de Genebra de 1951, foi assinada por 144 países para definir as suas obrigações perante os solicitantes de asilo.
Por exemplo, o documento proíbe devolver um refugiado para o país onde sua vida estaria em perigo.
Conforme noticiado, há um consenso crescente entre os países europeus de que a convenção não corresponde mais ao seu propósito.
"Deve-se observar que esses princípios foram desenvolvidos após o fim da Segunda Guerra Mundial e foram caracterizados por uma situação geopolítica muito diferente da atual", disse o documento.
Os princípios da convenção, segundo o jornal, estão sendo cada vez mais questionados à medida que os países europeus lutam para lidar com milhões de solicitações de refugiados e com o retorno de solicitantes de asilo rejeitados.
O documento citado pelo jornal foi elaborado na Polônia e já discutido pelos ministros do Interior da UE em uma reunião na quinta-feira (30).
A publicação enfatiza que a medida pode ser uma das maiores mudanças na política de imigração da Europa em décadas.