No enclave, a guerra promovida por Israel destruiu praticamente toda a infraestrutura e deixou mais de 47 mil mortos.
"Consideramos inaceitáveis as declarações de Trump dizendo: 'Não há uma alternativa para os residentes da Faixa de Gaza além de deixá-la.' Classificamos isso como uma receita para criar caos e tensões na região", disse Abu Zuhri.
Antes de sua reunião bilateral com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca, Trump disse a jornalistas que toda a população de Gaza (aproximadamente 1,8 milhão de pessoas) precisaria ser relocada para áreas fora do enclave. Trump também revelou que os EUA vão controlar o território e apoiar os trabalhos de reconstrução.
"Todos eles, e estamos falando provavelmente de 1,7 milhão, talvez 1,8 milhão de pessoas, mas acho que todos eles serão reassentados em áreas onde poderão viver uma vida bonita e sem medo de morrer todos os dias", afirmou o republicano.
Trump propôs a criação de até cinco regiões distintas em vários países que receberiam os palestinos para que pudessem ter "novas moradias e viver em paz". Além disso, o presidente norte-americano acredita que "os habitantes de Gaza não desejam retornar ao enclave porque ele se tornou apenas um local de destruição".
Cessar-fogo em Gaza começou em janeiro
Em janeiro, através da mediação de Catar, Egito e Estados Unidos, o movimento palestino e o governo israelense concordaram com um cessar-fogo de 42 dias e declararam a intenção de encerrar definitivamente as hostilidades.
Ao longo de 15 meses, os embates causaram a morte de mais de 47 mil palestinos e cerca de 1,2 mil israelenses, além de se espalharem para o Líbano, Iêmen e provocarem até uma troca de ataques com mísseis entre Israel e Irã.
A primeira fase do acordo prevê uma troca parcial de prisioneiros, a retirada das tropas israelenses para as fronteiras de Gaza e a entrada de ajuda humanitária. Já as demais etapas seguem em negociação.