A vítima, Maria de Lurdes da Costa Bueno, tinha 59 anos, era moradora do estado de São Paulo e estava de férias no hotel rural Nova Estância quando foi atingida pela onda de lama tóxica formada com o rompimento da barragem.
"A Polícia Civil identificou mais uma joia perdida no rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho; Maria de Lurdes é a 268ª vítima encontrada pelos bombeiros, que trabalham há mais de 2.200 dias para confortar cada família atingida pela tragédia", diz a nota.
Os bombeiros encontraram os restos de um fêmur com prótese ontem (6), a dois quilômetros de onde ficava o hotel, e, após examiná-los, foi confirmado que pertenciam à Costa Bueno.
Após dois anos desde que uma nova vítima fatal foi identificada, ainda restam desaparecidos restos mortais de duas pessoas.
Relembre a tragédia
Por volta do meio-dia de 25 de janeiro de 2019, a barragem B1 da mineradora Vale, até então de "baixo risco" para rompimento, entrou em colapso. Em poucos segundos, cerca de 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos da Vale reduziram a pó todo o centro administrativo da empresa.
No caminho ao longo do leito do ribeirão Ferro-Carvão até o rio Paraopeba, propriedades rurais, pousadas, casas e bairros inteiros foram levados pela lama, que em alguns pontos chegava a uma profundidade de 15 metros.
Ao todo, 272 pessoas morreram no desastre, segundo a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum).
Tudo isso ocorreu cerca de quatro anos depois do maior desastre ambiental já registrado no Brasil: o rompimento da barragem da Samarco, subsidiária da Vale, em Mariana, na região central de Minas Gerais, em 2015, quando 19 pessoas morreram e o rio Doce foi destruído até a foz, no Espírito Santo. Em 2017, o então presidente da mineradora, Fabio Schvartsman, assumia a maior empresa privada do Brasil sob o lema "Mariana nunca mais".