"O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e que na bomba ela é vendida a R$ 6,49. Ou seja, é vendida pelo dobro do que sai da Petrobras. […] O povo, no fundo, no fundo, é assaltado pelo intermediário, e a fama fica nas costas do governo", disse o presidente.
A declaração foi dada em discurso na cerimônia de retomada da indústria naval e offshore brasileira, no Terminal de Angra dos Reis (Tebig), no Rio de Janeiro.
No evento, foi lançada a licitação do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras, para a aquisição de oito navios gaseiros, e foram assinados acordos para o reaproveitamento de navios e plataformas em fase de desmobilização.
Em seu discurso, Lula também criticou as medidas protecionistas tomadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, após décadas de Washington incentivando o livre comércio, que, segundo Lula, quase quebrou empresas brasileiras.
"E aí eu fico pensando: cadê a democracia, o respeito ao livre trânsito do ser humano, se você tem livre trânsito do capital? Cadê o livre comércio que foi tão apregoado? E aí começa a ameaçar o mundo", disse o presidente.
"É verdade que os EUA são dos americanos, a China é dos chineses, a Rússia é dos russos, a Índia é dos indianos. Mas é verdade que o Brasil é do povo brasileiro e eles têm que respeitar as coisas que nós fazemos aqui dentro. Esse país é nosso", acrescentou.
Exploração da Margem Equatorial
Também participaram da cerimônia o vice-presidente, Geraldo Alckmin; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; a presidente da Petrobras, Magda Chambriard; e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, entre outras autoridades.
Em discurso, Chambriard afirmou que não há dúvidas de que "o Brasil vai liderar uma transição energética justa".
"É importante destacar a relevância da Margem Equatorial e da pesquisa. Se obtivermos a licença, vamos fazer tudo de forma segura. Pode ficar tranquilo em relação a isso, presidente", afirmou.