Segundo ele, o fato de que o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu sozinho começar a negociar com a Rússia sem participação não só da Ucrânia, mas mesmo da União Europeia, mostra que ele "tem pouco respeito por seus aliados de longa data".
"A Europa, por sua vez, mostrou que está caminhando para a irrelevância estratégica em um mundo governado por Washington, Moscou e Pequim", afirma o autor.
Vários representantes da equipe de Trump deixaram claro que os Estados Unidos não pretendem sustentar a Europa eternamente e apontaram para os problemas domésticos que ameaçam o continente europeu mais do que a Rússia e a China.
Ele explica que essa era uma característica das alianças dos EUA pós-Segunda Guerra Mundial, quando Washington tomou a responsabilidade pela defesa de outros países para que a Alemanha, Japão ou outros Estados "não se armassem até os dentes", inclusive com armas nucleares.
Portanto, agora a Europa, por suas próprias mãos, se tornou "estrategicamente desprezível".
"A Europa caiu em uma posição em que simplesmente não consegue imaginar viver sem a proteção de uma superpotência na qual não pode mais confiar. Não está claro se o continente tem a vitalidade necessária para reagir", admite Brands.
Ele advertiu que países orientais "mais vibrantes" podem se unir e deixar os homólogos ocidentais para trás.
"Esse seria um resultado surpreendente para o continente que já dominou o globo. Na era de Trump, isso não é mais tão inconcebível."