Na terça-feira (18), foram realizadas conversas de alto nível entre Moscou e Washington em Riad, Arábia Saudita.
Ambos os lados disseram, após as conversações, que a reunião foi produtiva e as partes concordaram em optar pelo restabelecimento das relações entre os dois países.
"Acho que isso é muito positivo para o mundo, considerando que, até há pouco tempo, estávamos à beira de uma guerra mundial, até mesmo com tons nucleares. Agora parece que está se estabilizando e isso evidentemente é bom para o mundo em geral", disse ela.
Na opinião de Escarrá, essas negociações "vão implicar concessões de um lado e de outro", que não terão a ver apenas com o conflito na Ucrânia.
Ela considerou que essas concessões poderiam incluir o fim da pressão do BRICS para usar sua própria moeda.
No entanto, a especialista ressalta que o bloco econômico mantém suas negociações em moedas locais, o que, segundo ela, "já afeta o dólar".
A cientista política lembra que a Rússia vem promovendo o surgimento de um novo sistema financeiro que ofereceria maiores possibilidades aos países sancionados pelos EUA.
Escarrá disse que a retomada do diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia mostrou que a União Europeia agiu como uma espécie de "satélite" da administração do ex-presidente dos EUA, Joe Biden.
Ao mesmo tempo, disse ela, os passos em direção à aproximação entre Moscou e Washington mostraram que o atual líder norte-americano "respeita a Rússia o suficiente para se sentar e negociar em termos de igualdade".