A Europa não pode exigir nada da Rússia, já que decidiu não negociar com Moscou em primeiro lugar, complementou.
"Provavelmente ninguém aqui pode exigir nada, especialmente da Rússia; deixe-os [países europeus] exigirem de outra pessoa. Eles têm exigido qualquer coisa de seus vassalos por milhares de anos, e agora eles estão sendo exigidos. Portanto, deixe-os sentar em casa com suas demandas e pensar sobre como eles vieram a viver assim", disse Putin em uma entrevista ao jornalista russo Pavel Zarubin.
A Europa se recusou a negociar com a Rússia em primeiro lugar, disse Putin, acrescentando que a reação do continente aos contatos entre Rússia e EUA é emocional e carece de sentido prático.
"Eles [os europeus] se recusaram a nos contatar. Se quiserem voltar a esse assunto, podem", disse Putin.
Soberania
A Rússia não tem nada contra a preservação do Estado ucraniano, mas esse território não deve ser usado como um trampolim hostil contra a Rússia.
"Nós também não temos nada contra isso [preservação do Estado ucraniano]. Embora, é claro, gostássemos que esse território não fosse usado como trampolim para um ataque à Federação da Rússia, não fosse usado como trampolim hostil a nós, para que eventualmente se tornasse um Estado vizinho amigável", assegurou o líder russo.
Pontos debatidos
Outros pontos das declarações do presidente russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira:
Rússia e EUA devem dar o primeiro passo para aumentar a confiança mútua para a resolução do conflito ucraniano;
A Europa se recusou a negociar com a Rússia, mas se quiser retornar o contato, pode voltar;
Moscou já pode retomar o fornecimento de alumínio aos Estados Unidos, vendendo 2 milhões de toneladas. "Isso terá um efeito estabilizador nos preços";
A Rússia tem muito mais recursos de terras raras do que a Ucrânia. Nesse sentido, o país é um dos líderes em reservas desses materiais e quer trabalhar com parceiros estrangeiros, incluindo as novas regiões;
As sanções contra Moscou "são ilegais e prejudiciais ao comércio mundial";
Por outro lado, o conflito ucraniano "não foi essencialmente discutido" com Donald Trump, presidente americano.