"Um primeiro cenário, após esse desastre, é praticamente um rompimento de relações. O Zelensky volta para a Ucrânia e […] vai ficar sem ajuda americana. Isso, de certa forma, vai beneficiar a Rússia", opinou.
"Para os ucranianos, o desastre é completo, porque vai morrer mais gente; os soldados na linha de frente vão continuar a morrer em grande quantidade, porque os russos estão bombardeando com mais intensidade nestas últimas semanas — a infraestrutura de gás agora é o principal alvo, a Ucrânia tem muito pouco gás […]. Paz é fazer concessões, e algumas concessões serão dolorosas para os ucranianos, mas é melhor do que ver o seu país destruído e essa guerra se arrastar por muito tempo."
"Para os Estados Unidos é uma negociação comercial onde o Zelensky tem que ceder. Então esse segundo cenário, de uma possível reaproximação mais à frente, não pode ser descartado, mas ele se desgastou muito, não só com o presidente, com o Trump, como também com o James Vance, que é o vice."
"Em todos esses três cenários, o principal beneficiado é a Rússia, porque a Ucrânia está perdendo neste momento. A não ser que haja alguma reviravolta [com] o seu principal aliado, aquele que mais lhe deu recursos financeiros e militares para continuar a guerra", avaliou.
"As empresas americanas voltarão ao mercado russo. O próprio Putin já sinalizou que pode fazer joint ventures para exploração de recursos naturais na própria Rússia. […] em termos econômicos, essa parceria Rússia-Estados Unidos, ela está apenas começando a ser relançada. De repente, para os Estados Unidos, acabar com a guerra na Ucrânia é um problema a menos, que poderia vir a gerar uma terceira guerra mundial. Mas os interesses comerciais americanos serão preservados de uma maneira ou de outra, pode ter certeza", completou.