"O petróleo importado do México abastece as refinarias do golfo dos EUA. A produção de petróleo do Hemisfério Sul é a alternativa mais próxima", explicou. "Não acredito em importação oriunda da Venezuela por questões políticas. Este momento da geopolítica energética favorece o Brasil. Com as tarifas se confirmando, o petróleo brasileiro será uma das alternativas de menor custo para os compradores norte-americanos."
"As refinarias dos EUA dependem dos tipos de petróleo bruto produzidos pelo Canadá e pelo México para produzir gasolina e outros combustíveis. Os países vizinhos representam mais de dois terços de todas as importações de petróleo das refinarias americanas."
"Embora os Estados Unidos sejam o maior produtor mundial, precisam neste momento, justamente por essa guerra tarifária que está promovendo, que haja uma queda no preço do petróleo para poder acomodar as tarifas que estão impondo. Então é interessante uma entrada do russo no mercado internacional novamente, oficialmente, para reduzir o preço do petróleo e, com isso, arrefecer o impacto sobre o preço da gasolina", avaliou.
"A OTAN já deveria ter acabado lá em 1991, quando a União Soviética acabou, mas os Estados Unidos decidiram continuar; inventaram outro inimigo, que foi o terror, então a OTAN foi passando. Mas agora o que a gente está vendo é que os EUA estão abandonando os aliados tradicionais", comentou, ao arriscar que até mesmo as Nações Unidas poderão ser abandonadas pelo país no médio prazo.
"Ele [Trump] está acelerando o processo de multilateralismo que está justamente querendo destruir. Claro que não é da noite para o dia, as coisas não são feitas assim no mercado internacional, mas a médio, longo prazo, abrirá um caminho para que você procure alternativas e […] [venha a] trabalhar com várias moedas."
"Então a moeda chinesa, para ser aceita, não vai custar muito. Então os Estados Unidos, com essas imposições, vão perdendo justamente espaço, perdendo aliados."