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Tarifas sobre aço e alumínio não terão grande impacto no PIB brasileiro, afirma IPEA

A cobrança de 25% sobre a importação de aço e alumínio pelos EUA, que começou a valer nesta quarta-feira (12), não deve prejudicar de maneira significativa o produto interno bruto (PIB) do Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A estimativa é de que o impacto seja residual, de 0,01% no PIB.
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As exportações brasileiras devem diminuir 0,03%. A produção de metais ferrosos deve ser a mais afetada pela nova tarifa, segundo o IPEA, com queda de 2,19% e redução de 11,27% das exportações. Já as importações de metais ferrosos terão queda de 39,2%, segundo o levantamento do instituto, e na produção doméstica aumento de 8,95%.
Se não houver mudanças significativas na medida, o Brasil pode perder US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 5,8 bilhões) em exportações do setor siderúrgico.
O estudo aponta que Canadá e México serão os mais afetados, com redução das exportações de metais ferrosos de, respectivamente, 31,4% e 21,3%, e quedas da produção doméstica de 13,8% e 6,2%.
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Haddad acredita em negociação com EUA e deve apontar 'equívoco de diagnóstico' sobre alumínio

Resposta do Brasil

Por meio de nota, o Itamaraty informou que o governo brasileiro lamentou a decisão dos EUA, que também cancelou os acordos vigentes com o Brasil no setor, e informou que vai avaliar "todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior", além de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) em defesa dos interesses brasileiros.

"À luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras, o governo do Brasil buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos. Em reuniões já previstas para as próximas semanas, avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contra-arrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio", expressa a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

A nota acrescenta que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil há muitos anos, que, em 2024, foi de cerca de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) somente em bens.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se pronunciou, afirmando que o Brasil deve se sentar à mesa de negociações com os Estados Unidos e apontar que há um "equívoco de diagnóstico" norte-americano sobre os produtos brasileiros taxados por Trump.
O Instituto Aço Brasil afirmou por nota que as empresas do setor "mantêm a expectativa de que, com a abertura do canal de diálogo pelo governo brasileiro com o governo norte-americano, seja possível prosseguir com as negociações para reestabelecer as bases do sistema de importação construído no primeiro governo de Donald Trump com o Brasil, em 2018, e que vigorou até esta terça-feira".
O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA e o maior exportador de aço semi-acabado para a indústria siderúrgica norte-americana. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, nos últimos cinco anos, os Estados Unidos tiveram superávit comercial médio de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 34,9 bilhões) com o país.

"O Aço Brasil reafirma que o não reestabelecimento do acordo trará perdas não só para a indústria de aço brasileira, mas também para a indústria do aço norte-americana", conclui a nota do Instituto Aço Brasil.

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