As exportações brasileiras devem diminuir 0,03%. A produção de metais ferrosos deve ser a mais afetada pela nova tarifa, segundo o IPEA, com queda de 2,19% e redução de 11,27% das exportações. Já as importações de metais ferrosos terão queda de 39,2%, segundo o levantamento do instituto, e na produção doméstica aumento de 8,95%.
Se não houver mudanças significativas na medida, o Brasil pode perder US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 5,8 bilhões) em exportações do setor siderúrgico.
O estudo aponta que
Canadá e México serão os mais afetados, com
redução das exportações de metais ferrosos de, respectivamente, 31,4% e 21,3%, e quedas da produção doméstica de 13,8% e 6,2%.
Por meio de nota, o Itamaraty informou que o governo brasileiro lamentou a
decisão dos EUA, que também cancelou os acordos vigentes com o Brasil no setor, e informou que vai avaliar "todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior", além de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) em defesa dos interesses brasileiros.
A nota acrescenta que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil há muitos anos, que, em 2024, foi de cerca de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) somente em bens.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se pronunciou, afirmando que o Brasil deve se sentar à mesa de negociações com os Estados Unidos e apontar que há um
"equívoco de diagnóstico" norte-americano sobre os produtos brasileiros taxados por Trump.
O Instituto Aço Brasil afirmou por nota que as empresas do setor "mantêm a expectativa de que, com a abertura do canal de diálogo pelo governo brasileiro com o governo norte-americano, seja possível prosseguir com as negociações para reestabelecer as bases do sistema de importação construído no primeiro governo de Donald Trump com o Brasil, em 2018, e que vigorou até esta terça-feira".
O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA e o maior exportador de aço semi-acabado para a indústria siderúrgica norte-americana. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, nos últimos cinco anos, os Estados Unidos tiveram superávit comercial médio de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 34,9 bilhões) com o país.