"Hoje, os primeiros 238 membros da organização criminosa venezuelana Tren de Aragua chegaram ao nosso país. Eles foram imediatamente transferidos para o CECOT, o Centro de Confinamento do Terrorismo, por um período de um ano (renovável)", postou o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, no X na manhã deste domingo (16), acompanhado de imagens de vídeo de aviões em uma pista de pouso.
Além disso, os EUA enviaram 23 membros da MS-13 procurados pela justiça salvadorenha, incluindo dois líderes.
Tren de Aragua é uma gangue venezuelana infiltrada em estados como o Colorado e o Texas, enquanto a MS-13, fundada em Los Angeles, tem laços com El Salvador e raízes profundas em estados como Califórnia e Maryland. Ambas as gangues foram designadas como organizações terroristas estrangeiras pelo Departamento de Estado dos EUA no mês de fevereiro.
De acordo com a Fox News, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, elogiou Bukele como "o líder de segurança mais forte em nossa região" por aceitar os criminosos. Rubio destacou que os EUA enviaram líderes perigosos da MS-13 e membros da Tren de Aragua para enfrentar a justiça em El Salvador, economizando dinheiro dos contribuintes norte-americanos.
As deportações ocorreram após o juiz distrital dos EUA, James Boasberg, ordenar a suspensão das deportações de imigrantes ilegais sob uma lei de poderes de guerra invocada pelo presidente Donald Trump. A Lei dos Inimigos Estrangeiros de 1798 permite a deportação de nativos e cidadãos de uma nação inimiga sem julgamento, mas Boasberg ordenou que o governo Trump fosse impedido de usá-la.
Apesar da ordem de Boasberg, os aviões com membros das gangues chegaram a El Salvador, com Bukele respondendo ironicamente às notícias. O presidente salvadorenho já havia se oferecido para receber imigrantes ilegais de qualquer nacionalidade que enfrentassem deportação nos EUA, registrando-os no sistema prisional de seu país.
A prisão CECOT, conhecida como a mais notória de El Salvador, pode abrigar 40.000 presos e foi construída para membros de gangues. Seus prisioneiros são impedidos de receber visitas e comparecem às audiências virtualmente, enquanto a prisão bloqueia sinais de celular para evitar contato com criminosos nas ruas.
Bukele afirmou que os EUA pagarão um valor baixo por manter os presos, mas que isso ajudará a tornar o sistema prisional salvadorenho autossustentável.