O espetáculo acontece em Joinville (SC), cidade que abriga a única sede da instituição fora da Rússia. A peça, que estreou mundialmente há 148 anos, conta a história de uma princesa transformada em cisne por um feiticeiro, sendo um dos balés mais icônicos da história.
O desafio técnico do Lago dos Cisnes foi observado por centenas de espectadores, que presenciaram o rigor técnico, especialmente para os jovens bailarinos que compõem o elenco, com idades entre 12 e 18 anos. Cerca de 100 dançarinos subiram ao palco para a encenação de duas horas, exigindo precisão e sincronia do corpo de baile.
Para Henilton Parente de Menezes, secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural do Ministério da Cultura, a Escola Bolshoi no Brasil é um exemplo de investimento eficiente em cultura e formação artística.
"Exemplo de uso do dinheiro público de forma adequada e justa entre os estados brasileiros, porque, apesar de ela estar aqui em Joinville, atende a todo o Brasil e traz para crianças e jovens do Brasil a oportunidade de ter uma carreira e mudar a vida de uma família, às vezes até de mais de uma família que estão associadas a esses garotos que tão dedicadamente estudam nessa escola", afirmou ele ao destacar a importância da Lei Rouanet para o financiamento da instituição.
A montagem do espetáculo teve a supervisão do maestro Vladimir Vasiliev, diretamente de Moscou. A produção foi adaptada para atender às capacidades dos jovens bailarinos, sem deixar de lado a grandiosidade da obra de Tchaikovsky.
O embaixador da Rússia no Brasil, Aleksey Labetsky, destacou a importância da parceria cultural entre os dois países e a relevância da escola no cenário internacional.
"É uma grande conquista da nossa cooperação, que nos permitiu unir a criatividade russa com a criatividade brasileira e criar uma escola que se tornou um centro de preparação dos bailarinos e dançarinos do mundo, que abriu um projeto de integração social que permite promover a gente independentemente da situação financeira e política".
Ainda segundo o embaixador a escola se tornou um símbolo das possibilidades que existem na nossa cooperação estratégica e que iniciativa pode ser expandida para outros setores:
"Esse projeto tem 25 anos e pode servir de padrão, deve ser estudado e implementado em outras áreas", comentou.
Além de formar talentos para o balé mundial, a escola desempenha um papel social, já que, desde sua criação, formou 478 alunos, e 74% deles seguem carreira na dança.
Para o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), a instituição deixou um legado para a cidade e para o Brasil.
"Como prefeito da cidade de Joinville, sabemos o quanto essa escola transformou a nossa cidade com cultura e transforma a vida de centenas de jovens brasileiros que vêm a Joinville aprender uma nova profissão [...] Hoje mais de 74% dos bailarinos aqui formados continuam nessa profissão, sendo bailarinos de balé, sendo professores e mesmo empreendedores, com suas próprias escolas. É um grande legado para não somente Joinville, mas para todo o Brasil".
A apresentação conta ainda com a participação especial da brasileira Cecília Kerche, primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que retorna aos palcos após nove anos.