"Não houve nenhum diálogo no nível dos ministérios das Finanças, e ainda não há", disse Siluanov ao jornal russo Izvestia.
O SWIFT costumava ser a principal rede e plataforma de comunicação financeira usada por bancos em todo o mundo, mas a ameaça do Ocidente de cortar os bancos russos, ainda em 2014, levou alguns países a buscar alternativas.
Diante disso, a China lançou o Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços (CIPS, na sigla em inglês) um ano depois, enquanto a Rússia implementou o Sistema de Mensagens Financeiras do Banco da Rússia (SPFS, na sigla em russo) em 2017.
Em março de 2022, vários bancos russos, incluindo VTB e Sovcombank, foram desconectados do SWIFT após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia. Meses depois, o maior banco da Rússia, o Sberbank, também foi cortado da rede.
Imposição de um padrão controlado pelo Ocidente?
Em entrevista à Sputnik no último mês, o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), líder da frente parlamentar Brasil/BRICS, destacou o uso do dólar estadunidense e do SWIFT como "padrões" impostos no comércio internacional. "Onde está escrito, em uma cartilha no mundo, que tudo é obrigado a fazer em dólar, que tudo é obrigado a usar o SWIFT?", questionou na época.
Criados para facilitar as trocas internacionais, o dólar e o SWIFT foram utilizados como armas financeiras por Washington ao sancionar países que discordam de suas políticas, como foi o caso, durante anos, do Irã e, desde o início da operação especial, da Rússia.
"A questão americana é egoísta", declarou o deputado. "Você vê, briga com o Irã. O que o Brasil tem a ver com o Irã? Nada, não é problema nosso […]. O americano, além de ter um poderio militar muito grande, ele tem o poderio econômico de deixar reféns as nações em cima de uma plataforma dele."