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Se relacionar bem com todos: é assim 'que eu vejo o BRICS', diz deputado Fausto Pinato

© Foto / Bruno Spada / Câmara dos DeputadosDeputado federal Fausto Pinato (foto de arquivo)
Deputado federal Fausto Pinato (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 13.02.2025
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Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), líder da frente parlamentar Brasil/BRICS, destacou a necessidade de apresentar a crescente importância do grupo de países para o restante do Congresso Nacional. "Questão de soberania e liberdade", disse.
O Brasil assumiu em 1º de janeiro deste ano a presidência do BRICS, grupo de países que buscam reformar os órgãos de governança global para serem mais inclusivos e representativos da nova realidade geopolítica.
Com isso, o país não só sediará em julho a cúpula de líderes do BRICS, quando recebe, no Rio de Janeiro, os chefes de Estado dos membros do agrupamento, como também é responsável por uma série de reuniões dos grupos de trabalho (GT). O GT de Emprego foi o primeiro a se encontrar, na quarta-feira (12), enquanto o de Agricultura se reúne nesta quinta (13).
Ao Jabuticaba Sem Caroço, podcast da Sputnik Brasil, o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) falou sobre a importância do BRICS dentro dos esforços geopolíticos brasileiros e seu papel como líder da frente parlamentar Brasil/BRICS.

Ferramenta de soberania

Pinato explica que o agrupamento do BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, nasce como uma forma de "melhorar a relação e o desenvolvimento desses países".
Com o passar do tempo, as ações do grupo atraíram mais membros. O primeiro a entrar foi a África do Sul, em 2010. Depois, na primeira rodada de expansão oficial do agrupamento entraram também Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, e mais recentemente a Indonésia, elevando o total para 11.
"São 40% da população mundial e 37% do PIB [produto interno bruto]", disse Pinato. "Fora outros países que estão no momento como colaboradores."
Na cúpula de 2024, em Kazan, Rússia, o grupo concordou em criar a categoria de países parceiros, dos quais já fazem parte Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
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Segundo o deputado, o sucesso do grupo se deu pela sua promoção do pragmatismo nas relações internacionais, isto é, por permitir que os países ajam em cima dos seus interesses sem entrar em uma polarização ideológica. "Os Estados Unidos, a China e a Rússia são países pragmáticos, eles vão ver o interesse do país e não aceitam imposição."
Um exemplo de imposição descrito por Pinato é o uso do dólar estadunidense e do SWIFT como "padrões" no comércio internacional.

"Onde está escrito, em uma cartilha no mundo, que tudo é obrigado a fazer em dólar, que tudo é obrigado a usar o SWIFT?"

Criados para facilitar as trocas internacionais, o dólar e o SWIFT foram utilizados como armas financeiras por Washington ao sancionar países que discordam de suas políticas, como foi o caso, durante anos, do Irã e, desde o início da operação especial, da Rússia.
"A questão americana é egoísta", declara o deputado. "Você vê, briga com o Irã. O que o Brasil tem a ver com o Irã? Nada, não é problema nosso […]. O americano, além de ter um poderio militar muito grande, ele tem o poderio econômico de deixar reféns as nações em cima de uma plataforma dele."

"E justamente para a gente não ficar refém dessa grande política do mundo, nós precisamos ter a coragem, porque entre ficar submisso e lutar pela liberdade, isso [o BRICS] sim é soberania, e não um patriotismo de espírito de porco."

Apresentar o BRICS aos legisladores

A presidência brasileira do BRICS neste ano é uma oportunidade para apresentar o grupo e seus objetivos para os legisladores brasileiros, diz Pinato, especialmente aqueles que estão em início de mandato. É uma forma também de difundir o histórico da diplomacia brasileira de "se relacionar bem com todos".
"É dentro desse raciocínio que eu vejo o BRICS", explicou o deputado federal. "Até porque o Brasil é um país rico, que tem minério, tem petróleo, tem muita riqueza natural, e nós percebemos que alguns países não têm o interesse em que o Brasil se desenvolva."
O Brasil deve se relacionar com todo mundo, sempre vendo a questão da soberania nacional como peça fundamental. "O Brasil não pode ter a vaidade de querer escolher parceiro […]. Se determinado interesse do país é melhor fazer com os russos, vamos fazer com os russos. Com os americanos? Com os americanos. Com os chineses? Então com os chineses."

"Nós vemos aí que na política global o BRICS pode ser uma saída justamente para a gente não ficar refém, vamos dizer, do poderio militar e econômico de algumas potências."

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