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Especialista: Brasil à frente do BRICS é 'grande oportunidade' para fortalecer a América Latina
Especialista: Brasil à frente do BRICS é 'grande oportunidade' para fortalecer a América Latina
Sputnik Brasil
A presidência do BRICS que o Brasil exercerá durante 2025 é uma oportunidade para a América Latina fortalecer seus laços com o grupo, disse o analista Daniel... 08.01.2025, Sputnik Brasil
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O gigante sul-americano assumiu no dia 1º de janeiro o comando do grupo fundado junto com Rússia, Índia, China e África do Sul sob o lema "Fortalecendo a cooperação no Sul Global por uma governança mais inclusiva e sustentável". Além de enfrentar o desafio de consolidar um novo sistema de pagamentos alternativo ao dólar baseado em moedas locais, o mandato brasileiro encontra o bloco em clara expansão, com a recente incorporação de "Estados parceiros": Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia e Uzbequistão. Assim, o período em que Luiz Inácio Lula da Silva esteja à frente do BRICS poderia ser, juntamente com a incorporação da Bolívia e de Cuba como os primeiros latino-americanos fora do Brasil a aderir, uma oportunidade fundamental para o BRICS ter mais ressonância no mundo e na região latino-americana. O especialista lembrou que a fracassada incorporação da Argentina, que havia iniciado negociações sob o governo de Alberto Fernández (2019-2023), mas que as descartou após a vitória de Javier Milei, permitiu "alimentar a discussão sobre a importância da participação de outros países da América Latina e do Caribe". Somado a isso, Prieto destacou que o BRICS passou por um processo de "reformulação de critérios" nos últimos anos que facilitou, primeiro, a entrada de países como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã no dia 1º de janeiro de 2024 e os outros nove um ano depois. Da mesma forma, outros Estados como a Argélia, a Nigéria, a Turquia e o Vietnã estão em processo de adesão. Prieto sustenta que as novas incorporações ocorrem em um contexto em que "a importância da expansão das bases regionais" do BRICS começa a ficar evidente. Assim, destacou que o grupo está apostando fortemente no Sudeste Asiático com a adesão de uma potência demográfica como a Indonésia e marca presença em África com o Egito, a Etiópia e a possível adesão da Nigéria. O caso mais claro é o da Colômbia, já que o presidente colombiano, Gustavo Petro, deixou explícita sua intenção de ingressar no BRICS durante reunião que teve com Lula em abril de 2024. O caso chileno parece menos próximo, já que nem o presidente, Gabriel Boric, nem seu chanceler, Alberto van Klaveren, comentaram o assunto. Em qualquer caso, ter acordos de livre comércio com o Brasil e a China, por exemplo, poderia facilitar a gestão. Para atingir esse objetivo, o analista considera fundamental que o Brasil consiga apresentar "uma diferenciação entre o político, o diplomático e o econômico-comercial" no bloco, fazendo com que os novos membros latino-americanos vejam as vantagens econômicas da adesão ao BRICS, especialmente no que diz respeito a investimentos em infraestrutura. Prieto enfatizou que caberá ao governo Lula poder apresentar "essas questões mais concretas" aos governos latino-americanos, para explicar as oportunidades de investimento multilateral que a América Latina pode receber através do Banco do BRICS. "O Brasil tem que ser mais proativo na identificação de projetos que possam ser financiados pelo Banco e que possam contribuir para a competitividade dos processos produtivos nacionais", afirmou. Para o analista, os investimentos para estimular cadeias de valor, no setor energético ou na extração de recursos naturais em áreas-chave para a região como a Amazônia, são campos que podem ser fundamentais "em um processo de fortalecimento da base regional do BRICS".
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Especialista: Brasil à frente do BRICS é 'grande oportunidade' para fortalecer a América Latina
06:21 08.01.2025 (atualizado: 07:01 08.01.2025) A presidência do BRICS que o Brasil exercerá durante 2025 é uma oportunidade para a América Latina fortalecer seus laços com o grupo, disse o analista Daniel Prieto à Sputnik. No entanto, ele alerta que "cabe ao Brasil" mostrar aos outros países latino-americanos os benefícios econômicos concretos da aproximação ao bloco.