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Bolívia inicia um 2025 crucial: será possível manter o atual rumo político e econômico?

© AP Photo / Juan KaritaLuis Arce levanta o punho cerrado cercado por apoiadores e pela mídia, do lado de fora do palácio do governo em La Paz, após tentativa de golpe de Estado ser frustrada. Bolívia, 26 de junho de 2024
Luis Arce levanta o punho cerrado cercado por apoiadores e pela mídia, do lado de fora do palácio do governo em La Paz, após tentativa de golpe de Estado ser frustrada. Bolívia, 26 de junho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 03.01.2025
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O presidente boliviano Luis Arce transmitiu uma mensagem de Ano Novo, destacando os principais desafios para seu governo e as diferentes forças sociais do país. O maior deles será em agosto, quando ocorrerão as eleições gerais.
Arce dirigiu-se à população e classificou o ano de 2025, que também marca o bicentenário da fundação do país, como um período crucial – o país passa por dificuldades econômicas enfrentadas pelo governo e pela incerteza política das próximas eleições. Pela primeira vez em 20 anos, o partido oficialista Movimento ao Socialismo (MAS) não tem garantida uma vitória nas urnas.
O presidente enfatizou que 2025 ainda será o ano da consolidação do processo de industrialização iniciado durante sua gestão, que começou em 2020. Arce também reforçou compromissos com a segurança alimentar e a redução da dependência de combustíveis importados. A mensagem foi gravada na cidade de Sucre, no centro-sul do país.
"A industrialização não é apenas uma meta, mas a chave para garantir uma verdadeira independência econômica e construir um futuro digno para todos", afirmou o presidente, destacando o momento mais importante de seu discurso.
Além disso, Arce anunciou que desde o dia 1º de janeiro de 2025, a Bolívia se tornou formalmente um país parceiro do BRICS, bloco que representa quase 45% da população mundial.
Da esquerda para a direita, Masoud Pezeshkian, Abdel Fattah el-Sisi, Xi Jinping, Vladimir Putin, Cyril Ramaphosa, Abiy Ahmed e Mauro Vieira participam da Cúpula do BRICS em Kazan. Rússia, 24 de outubro de 2024. - Sputnik Brasil, 1920, 02.01.2025
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Desafios internos no MAS

O cenário político é agravado pela divisão interna no MAS, com um grupo fiel ao ex-presidente Evo Morales e outro alinhado ao atual presidente Arce. Seguidores de Morales planejam iniciar uma marcha no dia 10 de janeiro, de Patacamaya a La Paz, exigindo mudanças econômicas. No entanto, Morales não deve participar devido à ordem de prisão contra ele, relacionada a acusações de tráfico de pessoas.
Para o analista Martín Moreira, a crise política tem sido a principal causa dos problemas econômicos da Bolívia. Segundo ele, 80% das dificuldades econômicas derivam da instabilidade política, que inclui bloqueios na Assembleia Legislativa e nas estradas. Os protestos realizados pelos setores leais a Morales, em fevereiro e outubro de 2024, geraram perdas de US$ 4,5 bilhões (R$ 27,6 bilhões) à economia.

"A crise política gerou um impacto profundo no aparato produtivo, mas as políticas econômicas do governo conseguiram amortecer parte dos efeitos, como o pagamento da dívida externa e a manutenção dos subsídios aos combustíveis", comentou Moreira à Sputnik.

Debate sobre desvalorização da moeda

A oposição, que defende a desvalorização do boliviano, tornou essa proposta um ponto central em suas campanhas. Moreira, no entanto, alerta que tal medida poderia prejudicar a economia.

"Eles falam de desvalorização como solução, mas isso reduziria drasticamente o custo dos créditos denominados em bolivianos, favorecendo apenas elites financeiras e destruindo o sistema econômico do país."

Por outro lado, ele defendeu que o Estado deve continuar desempenhando um papel central na economia, promovendo a industrialização e diversificação da matriz produtiva.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, à esquerda, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, posam para fotos durante a chegada para a Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, Brasil (foto de arquivo)  - Sputnik Brasil, 1920, 12.12.2024
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Perspectivas e esperança

Apesar das dificuldades, Moreira mantém uma visão otimista sobre o futuro político e econômico da Bolívia. O especialista destacou que as políticas atuais têm protegido o poder de compra das classes mais vulneráveis, ao mesmo tempo em que geram sustentabilidade a longo prazo.

"Estamos mudando a matriz produtiva para criar fontes de renda diversificadas, como turismo, tecnologia e agricultura. Isso garantirá uma estabilidade econômica maior e investimentos futuros."

Com a proximidade das eleições gerais e o bicentenário, 2025 será um ano decisivo para a Bolívia definir o curso de seu desenvolvimento econômico e social. O equilíbrio entre desafios políticos e estratégias econômicas será crucial para garantir avanços no caminho traçado pelo governo de Arce.
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