Operação militar especial russa

Implantação de qualquer 'força de paz' da OTAN na Ucrânia significaria a continuação do conflito

As demandas da Rússia por garantias sólidas em relação à Ucrânia incluem uma rejeição firme de quaisquer "forças de paz" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em solo ucraniano, independentemente do nome sob o qual a aliança possa tentar implantá-las, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Grushko.
Sputnik
A Sputnik falou com o analista de assuntos internacionais, advogado e consultor de risco político Adriel Kasonta sobre as incertezas que a Rússia pode enfrentar em meio às negociações de paz com os EUA.
"Qualquer garantia sólida para a Rússia provavelmente se resumirá a uma coisa: manter a Ucrânia fora da OTAN. Isto, juntamente com a promessa de que as potências ocidentais vão parar de se intrometer nos assuntos internos da Ucrânia, seria a única base realista para qualquer solução duradoura," disse Kasonta.

"Mas aqui está o problema – desde quando o Ocidente é bom em manter suas promessas em relação à Rússia? Repetidas vezes, os líderes ocidentais têm feito compromissos e depois os abandonam quando lhes convém. A expansão da OTAN nunca deveria ter chegado às portas da Rússia, mas aqui estamos. Obama e Bush ambos falaram de 'reinicialização' dos contatos com Moscou, apenas para que as relações se deteriorassem ainda mais", observou o analista à Sputnik.

Panorama internacional
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"Agora, Trump está pressionando por um acordo com a Rússia, não por boa vontade, mas porque ele vê a China como a maior ameaça", acrescentou ele. "A questão é, o que acontece depois dele? O que impede uma futura administração dos EUA de inverter o curso mais uma vez? Se olharmos para a história, a Rússia tem todas as razões para permanecer em alerta."
Aleksandr Grushko disse no domingo (16), em entrevista à mídia russa, que a história real da OTAN consiste em agressão contra Estados desarmados.

"Conhecemos a história da OTAN, e embora eles se gabem muito de ser uma aliança defensiva, a verdadeira história da OTAN consiste em operações militares, agressão contra Estados desarmados sem justificação, apenas para enfatizar mais uma vez sua hegemonia em assuntos globais e regionais", disse o vice-chanceler.

Em relação ao Reino Unido, cujo governo está supostamente se preparando para implantar tropas de paz próprias na Ucrânia "por anos", "Londres está apenas seguindo a liderança de Washington", aponta o analista.
"O Reino Unido não tem capacidade militar ou apoio público para desempenhar um papel sério na Ucrânia. Ninguém no Reino Unido está ansioso para enviar tropas e morrer em uma guerra que não lhes diz respeito. As únicas pessoas que parecem se importar são os políticos que passaram anos promovendo o conflito e agora não podem admitir que estavam errados", conclui Kasonta.
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