A Sputnik falou com o analista de assuntos internacionais, advogado e consultor de risco político Adriel Kasonta sobre as incertezas que a Rússia pode enfrentar em meio às
negociações de paz com os EUA.
"Qualquer garantia sólida para a Rússia provavelmente se resumirá a uma coisa: manter a Ucrânia fora da OTAN. Isto, juntamente com a promessa de que as potências ocidentais vão parar de se intrometer nos assuntos internos da Ucrânia, seria a única base realista para qualquer solução duradoura," disse Kasonta.
"Agora, Trump está pressionando por um acordo com a Rússia, não por boa vontade, mas porque ele vê a China como a maior ameaça", acrescentou ele. "A questão é, o que acontece depois dele? O que impede uma futura administração dos EUA de inverter o curso mais uma vez? Se olharmos para a história, a Rússia tem todas as razões para permanecer em alerta."
Aleksandr Grushko disse no domingo (16), em entrevista à mídia russa, que a história real da OTAN consiste em agressão contra Estados desarmados.
Em relação ao Reino Unido, cujo governo está supostamente se preparando para implantar tropas de paz próprias na Ucrânia "por anos", "Londres está apenas seguindo a liderança de Washington", aponta o analista.
"O Reino Unido não tem capacidade militar ou apoio público para desempenhar um papel sério na Ucrânia. Ninguém no Reino Unido está ansioso para enviar tropas e morrer em uma guerra que não lhes diz respeito. As únicas pessoas que parecem se importar são os políticos que passaram anos promovendo o conflito e agora não podem admitir que estavam errados", conclui Kasonta.