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Sem 'efeitos eleitorais': Haddad defende reforma tributária e critica Bolsonaro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou nesta terça-feira (25) que a reforma tributária não foi concebida com interesses eleitorais, mas como um projeto de longo prazo para o país.
Sputnik
Durante evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Haddad destacou que o governo federal busca simplificar o sistema tributário e reduzir distorções que afetam a economia brasileira.

"Nós não nos preocupamos com os efeitos políticos e eleitorais imediatos da reforma, mas naquilo que vai ser o melhor para o país no médio e longo prazo", afirmou.

O ministro criticou a atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentou interferir no Congresso para impedir mudanças no modelo tributário.
Haddad lembrou que a única iniciativa do governo anterior nessa área foi a redução do imposto sobre jet skis.
"Infelizmente, o único candidato que não incorporou essa proposta de reforma tributária foi exatamente o que ganhou a eleição. E aí tanto a PEC 45 quanto a PEC 110 andaram, evoluíram, mas na hora do vamos ver, na hora do voto, as comissões foram dissolvidas e o sonho acabou ali por decisão do Executivo", disse.
Apesar da aprovação da reforma, Haddad alertou que o processo de implementação ainda precisa enfrentar desafios, como a resistência de setores que buscam exceções tributárias. "Até 2032 nós podemos reavaliar as exceções e diminuir o número delas, para que a alíquota-padrão se aproxime da alíquota média."
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A reforma tributária prevê a substituição de cinco tributos — Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Serviços (ISS) — pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Além disso, será criado o Imposto Seletivo (IS), que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
A transição para o novo sistema começará em 2026, com alíquotas de teste para a CBS e o IBS. A partir de 2027, os tributos antigos serão gradualmente extintos, e o IS começará a ser cobrado. A reforma será concluída em 2033, quando a substituição dos impostos municipais e estaduais estiver finalizada.
Haddad também alertou para a necessidade de resistência contra lobbies que buscam regimes diferenciados de tributação. "O Congresso deve resistir até 2032 para garantir que o país tenha um sistema tributário mais justo e eficiente."
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