"Quero pedir ao senhor para pensar no seu sucessor, que tem que ser o próximo presidente da República, para continuar seu trabalho de proteger os povos indígenas e o nosso território", disse o intérprete de Raoni, que falou no seu idioma, kaiapó.
"Estou sabendo que, na foz do Amazonas, o senhor está pensando no petróleo que tem lá debaixo do mar. Eu penso que não [deveria explorar]. Porque essas coisas, da forma como estão, garantem que a gente tenha um meio ambiente, a terra com menos poluição e menos aquecimento", disse o cacique. "Se isso acontecer, eu sou pajé também. Eu já tive contato com os espíritos, que sabem dos riscos que a gente tem de continuar trabalhando dessa forma, de destruir, e destruir, e destruir", concluiu ele.
"Sabemos que ainda há muito a ser feito, mas as nossas políticas convergem nesse sentido de assegurar integralmente os direitos indígenas. Sempre enfrentando os desafios, que são muitos e precisam ser tratados de forma negociada, com diálogo e transparência. E vale lembrar: não fazemos mais do que garantir o que prevê a Constituição", declarou o presidente.
"Não devem se esquecer que, um dia, os indígenas tinham 100% do território nacional e, portanto, têm direito de reivindicar, brigar e conquistar quantas terras forem necessárias para manter o povo indígena, sua cultura e sua tradição", declarou.
"Guerreiro incansável na defesa dos povos indígenas, do meio ambiente e da Amazônia, nosso querido Raoni segue ativo em sua nobre missão. […] Não existe na face da terra nenhum homem, nenhum presidente, nenhum rei mais representativo do que o nosso querido Raoni", elogiou Lula.