Israel controla uma área maior de Gaza do que em qualquer outro momento da guerra, parte de um plano que visa uma ocupação militar completa. Essa estratégia, que busca erradicar o Hamas, apoiado pelo Irã, é arriscada, pois pode aumentar o número de mortos em Gaza, desviar soldados da reserva e isolar ainda mais Israel.
De acordo com a Bloomberg, a nova abordagem — elaborada pelo novo chefe militar, Eyal Zamir, e aprovada pelo ministro da Defesa, Israel Katz — pode prolongar a guerra, que já dura 18 meses. Mas a implementação completa ainda não foi aprovada pelo gabinete, embora Israel esteja aumentando a pressão sobre o Hamas para a devolução segura dos reféns faltantes.
Amir Avivi, general de brigada aposentado, afirmou que a única maneira de erradicar o Hamas é conquistar Gaza, uma linha de ação que conta com o apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, que já em 2005 questionava por que Israel havia "entregue o enclave".
Israel expandiu a zona de amortecimento ao redor de Gaza e aumentou o controle da faixa. Netanyahu e seus assessores comparam a situação às ocupações aliadas na Alemanha e no Japão após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de desmantelar o sistema político local e estabelecer uma democracia.
No entanto, especialistas apontam que a nova abordagem é resultado do fracasso em erradicar o Hamas. Após o ataque de outubro de 2023, Israel temeu enviar forças demais para Gaza e deixar a frente norte exposta ao Hezbollah. No outono passado, Israel enfraqueceu as capacidades do movimento xiita, mas os reféns continuam sendo uma barreira à intervenção militar.
Um ataque em larga escala de Tel Aviv pode matar reféns e 70% dos israelenses querem que o foco seja nos reféns antes de qualquer novo conflito, mas as negociações para um novo cessar-fogo por intermédio do Catar, Egito e EUA ainda não dão sinais de prosperar.
Extirpar o Hamas não será fácil e Netanyahu e seus assessores acreditam que o desarmamento e a eliminação do Hamas são essenciais para restabelecer a segurança e o controle da região, mesmo ao custo da vida dos reféns. Até agora, mais de 50.000 moradores de Gaza já foram mortos, vítimas das ações israelenses e um extenso território do enclave foi completamente devastado.