"Lá ela recebia de salário um pão. Esse pão era feito de farpa de madeira com farinha, então ela comia metade e a outra metade ela dividia com quem tinha sobrevivido, com quem ainda não tinha morrido de fome, que eram o marido dela, Narciss Ishakewitsch, o filho dela, Eduard, e a mãe dela", relata Larissa.
"A irmã dela morreu de fome nos braços dela, o pai dela foi tirado de dentro de casa, foi fuzilado, e a última vez que ela viu o pai, então, foi nesse momento, quando eles arrancaram ele de dentro de casa, Mikhail Landgraf [nome do pai de Lidia]. Ele entrou em uma fila nu, de outros homens nus, e deu tchau para ela. E essa foi a última vez que eles o viram."
"Aqui, chegaram na ilha das Flores, aí se estabeleceram no Ingá [bairro de Niterói], junto com várias famílias, que moraram juntas na mesma residência por alguns anos. E como eles dois eram formados em engenharia, logo melhoraram de vida."