O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo pretende apurar com seriedade o caso de fraude contra benificiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relativo a descontos irregulares em folhas de pagamentos de aposentados e pensionsitas. A infomação foi dada em conversa com jornalistas em Moscou, na Rússia. O presidente enfatizou que não pretende fazer da investigação do caso "um show de pirotecnia".
"Eles [os fraudadores] não foram no cofre do INSS, foram no bolso do povo. É isso que nos deixa revoltados. E é por isso que vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo. O que quero é que a gente consiga apurar para apresentar ao povo a verdade, porque não estou atrás do show de pirotecnia. Estou atrás de apurar quem assaltou o bolso dos aposentados e pensionistas brasileiros. O que sei é que as vítimas não terão prejuízo", disse Lula.
O presidente destacou que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) "com muita inteligência, sem nenhum alarde, conseguiram desmontar uma quadrilha que estava montada desde 2019".
"Se tivesse feito um carnaval há um ano atrás, possivelmente teria parado no carnaval, como acontece em todas as denúncias", afirmou o presidente.
Lula frisou que os recursos desviados pertecem a aposentados e pensionistas e que o governo vai atuar para devolver o dinheiro a quem de direito. Porém, ele destacou que ainda é necessário constatar a quantidade de pessoas afetadas pela fraude.
"O que eu acho mais grave, [é que] não foi dinheiro dos cofres públicos. Esse dinheiro estava no bolso do aposentado quando alguém pediu para descontar do salário dele. Então, o crime foi um assalto aos aposentados e pensionistas deste país. Eles não foram no cofre do INSS, eles foram no bolso do povo", afirmou o presidente.
As declarações de Lula vêm em meio a críticas em relação à demora nas investigações e em anunciar um prazo para o ressarcimento da verba desviada. Na sexta-feira (9), o INSS informou que vai começar a restituir cerca de R$ 292,7 milhões a aposentados e pensionistas afetados pela fraude a partir do próximo dia 26. A quantia é referente apenas às mensalidades deduzidas dos benefícios previdenciários pagos entre o fim de abril e o início de maio, quando a operação da CGU e da PF foi deflagrada.
"Esse valor é referente às mensalidades de abril que, mesmo após o bloqueio, foram descontadas [em favor de] sindicatos e associações porque a folha do mês já tinha sido rodado", informou a autarquia.