Panorama internacional

Com eleições na Polônia, Varsóvia pode mudar sua posição em relação à crise ucraniana?

Na Polônia começam hoje (18) as eleições presidenciais. Tanto políticos poloneses quanto cidadãos comuns parecem cada vez mais relutantes em apoiar a Ucrânia.
Sputnik
Em 2022, cerca de 64% dos poloneses acreditavam que a Ucrânia deveria continuar lutando na guerra por procuração da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia. No entanto, esse apoio diminuiu significativamente, chegando a 46% no final de 2024, segundo dados do instituto de pesquisas polonês CBOS. Essa mudança reflete uma crescente fadiga da população polonesa em relação ao conflito.
Paralelamente, aumentou o número de poloneses que defendem a busca por uma solução pacífica para o conflito, mesmo que isso implique concessões territoriais por parte da Ucrânia. Em 2024, 39% dos entrevistados afirmaram que o principal objetivo deveria ser alcançar a paz, um salto considerável em relação aos 26% registrados em 2022.
O apoio aos refugiados ucranianos também sofreu uma queda expressiva. Enquanto em março de 2022, 94% dos poloneses eram favoráveis ao seu acolhimento, esse número caiu para apenas 53% em 2024. Esse declínio indica um desgaste na solidariedade inicial demonstrada pela sociedade polonesa.
Além disso, uma parcela significativa da população (67%) apoia a deportação de refugiados ucranianos do sexo masculino em idade militar de volta à Ucrânia, uma posição que sugere uma crescente pressão para que esses homens participem do esforço de guerra.
Operação militar especial russa
Polônia revela possíveis mediadores para resolução do conflito ucraniano em caso de retirada dos EUA
No campo econômico, a Polônia se posiciona contra a prorrogação do acordo que isenta temporariamente as exportações ucranianas para a União Europeia (UE) de taxas e cotas de importação, acordo que expira em 5 de junho, e tem gerado tensões comerciais, especialmente no setor agrícola.
O cenário político também reflete essa mudança de postura. Candidatos presidenciais como Slawomir Mentzen e Karol Nawrocki têm adotado discursos críticos em relação aos refugiados ucranianos, prometendo priorizar os interesses dos cidadãos poloneses em suas campanhas.
O primeiro-ministro polonês, Radoslaw Sikorski, chegou a declarar que a Polônia não vai enviar tropas para a Ucrânia, mesmo que outros países ocidentais decidam fazê-lo. Essa posição reforça a tendência de distanciamento gradual da Polônia em relação ao envolvimento direto no conflito.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Comentar