Panorama internacional

Putin não tolerará mais ataques contra civis ao criar zona-tampão, diz analista

Ao anunciar uma zona-tampão na região de Kursk, em meio ao conflito ucraniano, o presidente russo, Vladimir Putin, demonstra preocupação com a população civil e mostra que segurança é prioridade, avalia o especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil Robinson Farinazzo.
Sputnik
Putin se pronunciou nesta quinta-feira (22) sobre a criação de uma zona livre de agressões na Ucrânia. Como justificativa, ele ressaltou que, durante os ataques de drones feitos pelo adversário, grupos de sabotagem e reconhecimento caçam os meios de transporte civis, incluindo ambulâncias e equipamentos agrícolas. "Mulheres e crianças morrem e são feridas", enfatizou.

"Os alvos que o inimigo escolhe, por regra, não têm importância militar: instalações civis, casas, pessoas. E os eventos de hoje apenas confirmam o que acabei de dizer."

Segundo Farinazzo, com o anúncio do líder russo, Moscou deixa avisado que não vai mais tolerar nenhum tipo de perseguição às populações de Donbass e da fronteira russo-ucraniana.
"Vamos lembrar que, entre 2014 e 2022, quase 14 mil pessoas morreram naquela região [Donbass]. A maior preocupação da Rússia hoje é a busca por segurança, eles [os russos] não vão parar as operações militares enquanto não sentirem que têm plenas condições de segurança", afirmou.
Operação militar especial russa
Tropas russas estão criando uma zona tampão nas fronteiras da região de Kursk, declara Putin

O que é uma zona-tampão nesse contexto?

O especialista explica que a criação de um cinturão de segurança é comum em contexto de conflito, pois ajuda a proteger civis próximo às áreas de confronto.
O objetivo é afastar as armas de longo alcance do inimigo, empurrando-as para pontos onde elas não tenham condições de atingir as populações civis. Trocando em miúdos: ao criar esse tipo de zona, a distância geográfica aumenta entre as forças militares inimigas e a população civil, o que dificulta qualquer ação ofensiva.

"Se você olhar, os americanos buscavam zonas de segurança na Guerra do Vietnã. Eles tentavam formar zonas em torno das suas bases. Israel teve o caso das Colinas de Golã — a gente nunca pode esquecer isso, que Israel buscava a segurança das populações nos vales adjacentes a Golã e agora em outras regiões da Síria. Enfim, é uma tendência natural em um conflito", explica.

Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Comentar