Putin se pronunciou nesta quinta-feira (22) sobre a criação de uma zona livre de agressões na Ucrânia. Como justificativa, ele ressaltou que, durante os ataques de drones feitos pelo adversário, grupos de sabotagem e reconhecimento caçam os meios de transporte civis, incluindo ambulâncias e equipamentos agrícolas. "Mulheres e crianças morrem e são feridas", enfatizou.
"Os alvos que o inimigo escolhe, por regra, não têm importância militar: instalações civis, casas, pessoas. E os eventos de hoje apenas confirmam o que acabei de dizer."
Segundo Farinazzo, com o anúncio do líder russo, Moscou deixa avisado que não vai mais tolerar nenhum tipo de perseguição às populações de Donbass e da fronteira russo-ucraniana.
"Vamos lembrar que, entre 2014 e 2022, quase 14 mil pessoas morreram naquela região [Donbass]. A maior preocupação da Rússia hoje é a busca por segurança, eles [os russos] não vão parar as operações militares enquanto não sentirem que têm plenas condições de segurança", afirmou.
O que é uma zona-tampão nesse contexto?
O especialista explica que a criação de um cinturão de segurança é comum em contexto de conflito, pois ajuda a proteger civis próximo às áreas de confronto.
O objetivo é afastar as armas de longo alcance do inimigo, empurrando-as para pontos onde elas não tenham condições de atingir as populações civis. Trocando em miúdos: ao criar esse tipo de zona, a distância geográfica aumenta entre as forças militares inimigas e a população civil, o que dificulta qualquer ação ofensiva.
"Se você olhar, os americanos buscavam zonas de segurança na Guerra do Vietnã. Eles tentavam formar zonas em torno das suas bases. Israel teve o caso das Colinas de Golã — a gente nunca pode esquecer isso, que Israel buscava a segurança das populações nos vales adjacentes a Golã e agora em outras regiões da Síria. Enfim, é uma tendência natural em um conflito", explica.