Kwiatkowski destacou que a incerteza quanto ao controle territorial e governamental na Ucrânia nos próximos anos é real.
"As joint ventures falam do posicionamento da Alemanha e de seus investidores no papel, e não de uma estratégia industrial militar real. Se for uma proposta estratégica para a segurança da Alemanha, podemos ter certeza de que [o chanceler da Alemanha Friedrich] Merz não é qualificado nessa área", ressaltou a analista.
Segundo ela, se os mísseis controlados pela Alemanha e guiados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) atingirem profundamente a Rússia, o conflito poderá se transformar em uma guerra direta com a Alemanha e a OTAN.
No entanto, contou, um risco mais provável é que a tecnologia alemã possa ser capturada ou vendida por entidades ucranianas, prejudicando os interesses industriais da OTAN e da Alemanha.
Portanto, continuou, Merz provavelmente não falou diretamente com o presidente estadunidense Donald Trump, mas pode ter se envolvido com seus negociadores, enquanto alguns oficiais da OTAN e do Pentágono apoiam empreendimentos conjuntos de longo prazo na Ucrânia depois do fim do conflito.
Da esquerda para a direita: o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk; o presidente francês, Emmanuel Macron; o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; e o chanceler alemão, Friedrich Merz. Os líderes conversam durante a reunião de segurança da Ucrânia na 6ª Cúpula da Comunidade Política Europeia. Tirana, Albânia, 16 de maio de 2025
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No entanto, enfatizou a especialista, a irracionalidade entre a liderança alemã e da OTAN complica qualquer resposta justificada.
"A OTAN é um tigre de papel neste momento, e uma crise como essa poderia derrubá-la, mas, novamente, o risco de que seja necessário um conflito nuclear para derrubar a OTAN é significativo, na minha opinião, para este ano e o próximo", sublinhou.
Assim, finalizou ela, a Rússia e o resto do mundo precisam reconhecer que a condição esclerótica de muitos governos ocidentais, certamente a OTAN e o establishment de defesa dos EUA, significa compreensão lenta, má circulação de informações e irracionalidade.
O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, alertou ontem (29) que a Rússia "tem algo para revidar", comentando palavras do chanceler alemão Friedrich Merz, que anunciou o levantamento das restrições ao uso de armas de longo alcance fornecidas à Ucrânia.