"A Rede de Repressão a Crimes Financeiros (FinCEN) do Departamento do Tesouro dos EUA emitiu ordens identificando três instituições financeiras sediadas no México — CIBanco, Intercam e Vector — como principais fontes de preocupação com lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico ilícito de opioides e proibindo, respectivamente, certas transferências de fundos envolvendo [esses bancos]", diz a declaração.
O comunicado também aponta que os grupos do crime organizado aos quais os bancos supostamente estão vinculados são os cartéis de Jalisco Nueva Generación (Nova Geração de Jalisco) e do Golfo.
"Por meio do primeiro uso desta poderosa autoridade, as ações de hoje [25] reafirmam o compromisso do Tesouro em usar todas as ferramentas à nossa disposição para combater a ameaça representada por organizações criminosas e terroristas que traficam fentanil e outros narcóticos", disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, no comunicado.
Da mesma forma, as autoridades destacaram os esforços dos dois países que estão sendo realizados para combater o tráfico de drogas e outros crimes relacionados.
"Tanto os Estados Unidos quanto o México estão comprometidos com sistemas financeiros com fortes controles contra lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, [a fim de] proteger efetivamente seus cidadãos de ameaças financeiras ilícitas transnacionais de cartéis que traficam fentanil e outras drogas", acrescentou.
Posteriormente, o Ministério das Finanças e Crédito Público do México declarou que, embora trabalhe de forma coordenada e mantenha diálogo aberto com o Departamento do Tesouro dos EUA, a entidade americana não forneceu informações específicas sobre os possíveis vínculos entre esses três bancos mexicanos e cartéis de drogas.
"Queremos deixar claro: se tivermos informações conclusivas que comprovem atividades ilícitas por parte dessas três instituições financeiras, agiremos com todo o rigor da lei. No entanto, até o momento, não temos essas informações", afirmou o ministério.
A agência mexicana também explicou que as autoridades americanas notificaram a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e o Tesouro sobre supostas irregularidades no CIBanco, Intercam e Vector.
Em resposta, solicitaram mais provas ao Tesouro sobre a suposta conexão entre as instituições e o crime organizado, a fim de corroborar a investigação. No entanto, "nenhuma informação comprobatória foi recebida a esse respeito", afirmou.
No dia 19 de fevereiro, o Departamento de Estado americano publicou um texto anunciando que vários grupos do narcotráfico passariam a ser designados como "terroristas", seis deles originários do México: o Cartel de Sinaloa, o Cartel da Nova Geração de Jalisco, os Cartéis Unidos, o Cartel do Nordeste, o Cartel do Golfo e a Família Nova Michoacán.