"A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, apresentou provas contundentes de que, após a vitória de Donald Trump contra Hillary Clinton em 2016, o presidente Obama e membros de seu gabinete de segurança nacional manipularam e politizaram informações de inteligência para preparar o terreno para o que foi essencialmente um golpe prolongado contra Trump", diz o órgão em comunicado.
O DNI descobriu que os relatórios da inteligência norte-americana liberados em 6 de janeiro de 2017 contradiziam diretamente avaliações feitas nos seis meses anteriores, inclusive antes da própria eleição.
A nota também indica que o governo Obama decidiu levar adiante o caso da alegada interferência russa após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, em 9 de dezembro de 2016.
"Após essa reunião, o assistente executivo do então diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, enviou um e-mail aos líderes do comitê de avaliação da Comunidade de Inteligência [IC, na sigla em inglês], encarregando-os de criar uma nova avaliação, a pedido do presidente, para detalhar supostas ferramentas usadas por Moscou e as ações tomadas para influenciar a eleição de 2016", acrescenta o texto.
Após a reunião, autoridades do governo Obama teriam vazado declarações enganosas à imprensa, ao afirmarem que "a Rússia tentou, por meios cibernéticos, interferir ou até mesmo influenciar diretamente o resultado de uma eleição".
O DNI conclui que a avaliação foi baseada em informações falsas, incluindo o Dossiê Steele, como parte de uma campanha de difamação contra Donald Trump. Isso teria levado a investigações politizadas, a prisões e ao aumento das tensões entre os EUA e a Rússia.
Irregularidades nas investigações
Na semana passada, a Fox News informou que os ex-diretores da CIA John Brennan e James Comey estavam sob investigação criminal por possíveis irregularidades relacionadas à suposta interferência russa na eleição presidencial de 2016, incluindo a possibilidade de terem feito declarações falsas ao Congresso.
Após a eleição presidencial de 2016, as autoridades dos EUA, baseadas em um dossiê do ex-oficial de inteligência britânico Christopher Steele, conduziram uma investigação sobre alegações de "conluio" entre Trump e a Rússia, mas não conseguiram comprová-las.
A Rússia negou repetidamente as acusações dos EUA de interferência. O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, classificou as denúncias como "totalmente infundadas".
Já o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou que nunca houve informações confiáveis que sustentassem as alegações de interferência russa nas eleições de qualquer país.