Decisão ocorre, segundo analistas ouvidos pela Sputnik Brasil, pela carência de matéria-prima para boa parte dos materiais dos EUA, oriundos de Pequim. Nos últimos meses, Trump anunciou uma série de tarifas contra outros países, dentre os quais a China e o Brasil.
"Estamos no processo de concluir nosso acordo com a China", disse o chefe de Estado norte-americano na Cúpula Vencendo a Corrida da IA.
A China intensificou esforços para atrair investimento estrangeiro, em meio a negociações comerciais com os EUA e a União Europeia (UE). O objetivo é impulsionar a economia doméstica e reforçar sua posição nas cadeias globais de suprimentos. Como parte dessa estratégia, o governo anunciou novos incentivos fiscais para empresas estrangeiras que reinvestirem seus lucros no país.
Taxações
Ao longo dos últimos meses, Trump continuou a ampliar sua estratégia de imposição de tarifas, incluindo novos encargos sobre países terceiros que frequentemente são usados como ponto de transbordo de mercadorias chinesas. Uma das medidas anunciadas foi a tarifa de 40% sobre produtos redirecionados via Vietnã, atingindo diretamente fabricantes chineses que tentam contornar sanções anteriores.
Além dessa medida, o governo dos EUA também ameaçou impor tarifa adicional de 10% sobre importações vindas dos países do BRICS — grupo do qual a China é membro fundador junto de Brasil, Rússia, Índia e África do Sul. Essas ações aumentam ainda mais a pressão sobre Pequim, especialmente diante do prazo de 12 de agosto para se chegar a um entendimento mais estável com Washington.
De acordo com a Reuters, o cenário se torna ainda mais complexo com o agravamento das relações entre a China e a UE. Antes de uma reunião de cúpula marcada para o fim do mês, a UE acusou a China de inundar o mercado global com excesso de produção industrial, além de apoiar — direta ou indiretamente — a economia da Rússia em um momento em que Moscou enfrenta uma guerra por procuração da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Ucrânia, elevando tensões comerciais e diplomáticas ao contrariar os interesses ocidentais.
Apesar de todos esses desafios, em junho, a China obteve superávit comercial robusto, totalizando US$ 114,7 bilhões (cerca de R$ 639,6 bilhões), acima dos US$ 103,22 bilhões (mais de R$ 575,5 bilhões) registrados em maio, sinalizando que, mesmo diante de pressões externas, o desempenho comercial do país continua forte no curto prazo.