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Alcolumbre critica ação arbitrária de bolsonaristas, e Motta responde à pressão por anistia

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se manifestaram nesta terça-feira (5) a respeito da obstrução das atividades legislativas por deputados e senadores de direita, insatisfeitos com a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes.
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Alcolumbre, que também preside o Congresso Nacional, qualificou como arbitrária a ocupação das mesas diretoras por bolsonaristas, que bloquearam os trabalhos no primeiro dia após o recesso. Motta, por sua vez, afirmou que tomará as medidas necessárias para que os interesses da população não sejam negligenciados.

"A ocupação das mesas diretoras das Casas, que impossibilita seu funcionamento, é um exercício arbitrário das próprias razões — algo incomum e contrário aos princípios democráticos", disse Alcolumbre em nota divulgada à imprensa.

No momento da publicação da matéria, senadores como Magno Malta (PL-ES), Marcos Pontes (PL-SP), Izalci Lucas (PL-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE) estavam presentes na mesa do plenário do Senado. Jorge Seif (PL-SC) também circulava pela área.
Alcolumbre anunciou que fará uma reunião com os líderes das bancadas para que o bom senso prevaleça e a atividade legislativa seja retomada. Ele ressaltou a necessidade de garantir que todas as correntes políticas possam se expressar de forma legítima nas sessões da Câmara e do Senado.
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"Realizarei uma reunião de líderes para que o bom senso prevaleça e possamos retomar a atividade legislativa regular, garantindo que todas as vertentes políticas possam se expressar legitimamente nas sessões do Senado e da Câmara", declarou Alcolumbre.
Durante a tarde, o presidente do Senado recebeu em sua residência vários líderes de bancada e senadores aliados, incluindo Weverton Rocha (PDT-MA), Omar Aziz (PSD-AM), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Jaques Wagner (PT-BA) — este último, líder do governo no Senado.
Motta, por sua vez, reiterou que a definição da pauta de votações da Câmara é feita por ele em conjunto com os líderes partidários, e destacou que os interesses da população não devem ser deixados de lado.
Em seu perfil X, ele comentou que estava acompanhando a situação em Brasília "desde as primeiras horas do dia, inclusive o que vem ocorrendo agora à tarde no plenário da Câmara", referindo-se ao levante dos bolsonaristas.
O presidente da Câmara decidiu cancelar a sessão desta terça-feira e convocou uma reunião de líderes para amanhã (6), com o intuito de discutir a pauta, que será "definida com base no diálogo e no respeito institucional", completou.
Motta não estava presente na Casa no primeiro dia após o recesso, que foi marcado por um motim de bolsonaristas e discussões acaloradas entre a oposição e os governistas no plenário. O presidente da Câmara estava na Paraíba acompanhando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em visitas a hospitais. Eles estiveram em Patos, cidade governada pelo pai de Motta, Nabor Wanderley (Republicanos).
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Mais cedo, em entrevista à imprensa na Paraíba, Motta falou sobre a necessidade de ter "serenidade e equilíbrio" ao tomar decisões. "Temos o colégio de líderes na Casa que, junto com a presidência, define a pauta. Isso continuará sendo assim. Absolutamente nada nos afastará dessa forma de agir", afirmou.

Altineu mira presidência

O vice-presidente da Câmara afirmou que pretende colocar em votação a proposta de anistia a Jair Bolsonaro, caso assuma o comando da Casa, o que pode ocorrer se o atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), sair do país.
A fala de Altineu Côrtes, que menciona o uso da "presidência plena", rompe um acordo interno: ele havia se comprometido a não pautar propostas sem a anuência de Motta.
A medida da anistia é vista por deputados e senadores bolsonaristas como forma de livrar o ex-presidente e seus aliados da prisão em uma possível condenação no Supremo Tribunal Federal (STF).
fala do vice-presidente da Câmara, Motta reafirmou sua autoridade sobre a pauta de votações.
"Nós temos um Conselho de Ética que investiga qualquer conduta indevida de parlamentares, independentemente do partido ou da ideologia. É assim que a Câmara dos Deputados tem funcionado e continuará funcionando, respeitando o regimento e a nossa Constituição, sempre agindo em favor do nosso país", declarou Motta.
Quando questionado sobre a possibilidade de sanções por parte dos EUA, como sugerido por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Motta respondeu que não tem "medo de qualquer comentário feito".
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