Segundo informações veiculadas pela Folha de S.Paulo, os turnos irão das 08h00 às 20h00 e das 20h00 às 08h00. A estratégia é manter a Casa sem realizar sessões deliberativas enquanto a liderança do Congresso não atender às suas demandas, incluindo a votação do projeto de lei da anistia.
Nesta quarta-feira (6), por exemplo, o turno da noite seria ocupado por Nikolas Ferreira (PL-MG), Coronel Assis (União-MT), Alfredo Gaspar (União-AL), Capitão Alden (PL-BA), Zucco (PL-RS) e Eros Biondini (PL-MG).
Estão participando da ação deputados de nove partidos: PL, União Brasil, PP, Republicanos, PRD, MDB, PSD, Novo e Podemos.
Entre esses partidos, cinco compõem o governo Lula, com 11 ministérios ao todo: MDB, PSD, União Brasil, Republicanos e PP.
Altineu mira presidência
À margem das obstruções das pautas, o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), pretende colocar em votação a proposta de anistia a Jair Bolsonaro caso assuma o comando da Casa, o que pode ocorrer se o atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), sair do país.
A fala de Altineu, que menciona o uso da "presidência plena", rompe um acordo interno: ele havia se comprometido a não pautar propostas sem a anuência de Motta.
A anistia é vista por deputados e senadores bolsonaristas como uma forma de livrar o ex-presidente e seus aliados da prisão após uma eventual condenação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Sobre a fala do vice-presidente da Câmara, Motta reafirmou sua autoridade sobre a pauta de votações.
"Nós temos um Conselho de Ética que investiga qualquer conduta indevida de parlamentares, independentemente do partido ou da ideologia. É assim que a Câmara dos Deputados tem funcionado e continuará funcionando, respeitando o regimento e a nossa Constituição, sempre agindo em favor do nosso país."
Quando questionado sobre a possibilidade de sanções por parte dos EUA, Motta respondeu que "não tem medo de qualquer comentário feito".