Privatizações à vista?
Em suas aparições públicas, Paz se pronunciou a favor do livre mercado: "Deixe o mercado alocar melhor os recursos na economia, então devemos a liberalizar e gerar livre concorrência. Isso nos leva a privatizações, embora Paz não diga isso em lugar nenhum, não é como se eu tivesse escutado dizer a palavra 'privatização'", considerou Azeñas.
O fantasma do déficit fiscal
Azeñas enfatizou que ambos os candidatos no segundo turno falaram em reduzir o déficit fiscal durante suas campanhas, definitivamente "é algo em que ambos concordam. Mas a crise econômica que vivemos não tem origem em um déficit fiscal".
"Precisamos fazer uma análise mais aprofundada do que apenas dizer: 'Precisamos reduzir o déficit fiscal', porque essa não é a raiz da crise atual. Eles querem destruir o modelo atual, que se baseia no investimento público", afirmou.
"Está provado que esse modelo não funciona. É um retorno ao neoliberalismo, [ou seja], crescer olhando para fora, negligenciando completamente as pessoas que dizem representar [...]. Eles estarão novamente concentrando riqueza em poucas mãos, porque setores estratégicos serão privatizados, ou capitalizados, ou modernizados, ou como quiserem chamar", afirmou a economista.
Desvalorização latente
Ele alertou que isso aumentaria o preço da gasolina, o que levaria a preços mais altos do produto, encerrando 2026 com uma inflação de até 150%. Além disso, "os salários serão congelados, diminuindo a demanda e a inflação. Este é um dos ajustes que o Fundo Monetário Internacional [FMI] está solicitando", disse Moreira à Sputnik.
"Há muitas propostas improvisadas. Eles dizem que aumentarão bônus, como o Renda Dignidade, destinado a idosos, para 2.000 bolivianos [R$ 1.014,23], também aumentarão o bônus para novas mães, assim como o bônus Juancito Pinto, destinado a crianças em idade escolar", entre outros subsídios para diferentes setores. Nesse sentido, o economista disse que "não há uma resposta concreta" sobre de onde virão esses recursos.