"Isso faz parte da história da geopolítica de fontes de energia fóssil. E isso está muito presente, principalmente, em países do Sul Global, que veem esses recursos em disputa e uma pressão muito grande de empresas oriundas de potências ocidentais para a exploração desses recursos", afirma.
"Quando a gente está falando de empresas que exploram energia fóssil, a gente está falando das maiores empresas do mundo. Então elas têm uma capacidade de influenciar as normas que são produzidas pelos Estados em que elas atuam muito grande. […] Isso acaba atrapalhando o projeto de desenvolvimento que poderia ter curso a partir da extração desses recursos", explica.
"Essa maldição significa, para algumas pessoas, que os recursos naturais são a causa do conflito. Ou da instabilidade, da guerra, do terrorismo que nós temos aqui. Mas agora, se é a principal causa, ainda não temos a certeza. Porque para outros isso não é necessariamente a causa, é pretexto que está a ser usado para poder fazer a guerra. Então temos duas narrativas aqui em competição", explica.
"Então, muitas das vezes, fomos à mesa de negociação numa posição desfavorável e perdemos na hora de negociar. É por isso que hoje, aqui em Moçambique, estamos a falar muito da renegociação dos contratos. Não vamos excluir também a questão da má fé dessas empresas."