O pacote se junta a outras medidas emergenciais voltadas a companhias afetadas pelas tarifas de 50% de importação de produtos brasileiros, impostas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. O lançamento foi feito no Palácio do Planalto, em Brasília.
De acordo com o programa, o custo financeiro da linha não ultrapassará 8,5% ao ano para a compra de máquinas e equipamentos, beneficiando principalmente micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que verão a redução, em média, de 6% das taxas, que atualmente são pagas em financiamentos.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, explicou que o projeto de estímulo à compra de bens de capital já vinha sendo pensado há meses, mas ganha mais relevância neste momento:
"Máquinas e equipamentos vão fazer com que a indústria ganhe competitividade, reduza custos e modernize o parque industrial brasileiro […]. Ele melhora a competitividade da indústria brasileira, permitindo que ela produza melhor e a preços mais baixos, tanto para o mercado interno quanto para exportar", disse Alckmin.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, informou que os novos créditos devem começar a ser aprovados a partir de 15 de setembro, irão melhorar a produtividade e modernizar o parque fabril brasileiro, com investimentos em áreas estratégicas, como inteligência artificial, minerais críticos e vacinas.
"Não há crescimento de empregos sem investimento — e o investimento precisa de inovação […]. O que move a inovação é o setor de venda de capital de máquinas e equipamentos. Ele é o coração da produtividade e da eficiência, especialmente da produção."
A iniciativa é parte do eixo de inovação e digitalização do Plano Mais Produção, que integra a política industrial Nova Indústria Brasil (NIB) e prioriza investimentos em tecnologias em robótica, computação na nuvem, sensoriamento, comunicação máquina a máquina, Internet das coisas (IoT), entre outras.
Mercadante frisou que a linha Crédito Indústria 4.0 do BNDES tem R$ 10 bilhões e visa impulsionar a agenda de modernização industrial e dos serviços tecnológicos, contribuindo para alavancar e ampliar a produtividade e a digitalização das indústrias brasileiras.
O aporte da Finep será de mais R$ 2 bilhões, com apoio a empresas de menor porte, localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com o propósito de reduzir as assimetrias regionais.
Todos os bancos credenciados no BNDES estarão aptos a repassar os recursos. Para a aquisição de máquinas e equipamentos 4.0, micro, pequenas e médias empresas com projetos de até R$ 50 milhões terão acesso a financiamento na forma indireta, por meio da rede credenciada de instituições do BNDES.
Para médias e grandes empresas com projetos no valor de até R$ 300 milhões, o financiamento será feito diretamente com o BNDES. O banco também apoiará fabricantes de máquinas e equipamentos 4.0 na comercialização de seus equipamentos credenciados, no valor de até R$ 300 milhões.
De acordo com o BNDES, o parque fabril brasileiro ainda opera com maquinário antigo, com idade média de 14 anos, o que reduz sua produtividade. No Brasil, 38% dos equipamentos industriais estão próximos ou além do ciclo de vida ideal estabelecido pelos fabricantes. A defasagem tecnológica aumenta custos de manutenção, consumo energético e impacta negativamente a competitividade do país.