"Ao criar instrumentos financeiros e comerciais independentes, o bloco [do BRICS] amplia a sua capacidade de negociar em condições mais justas e equilibradas, além de poder oferecer aos países do Sul Global novas alternativas frente à dependência das estruturas tradicionais que são controladas pelo Ocidente", acrescentou.
Fracasso da pressão americana contra os membros do BRICS?
"E ao tentar afastar os países do BRICS, como foi observado com o caso da Índia e da China, teve um efeito completamente oposto, que após alguns impasses na fronteira alguns anos atrás, agora estão retomando as relações bilaterais. Então, a cúpula da Organização para Cooperação de Xangai, que vai acontecer nos próximos dias, vai marcar essa reaproximação entre os dois países. E as tarifas se tornaram um desafio em comum. Então, isso estimulou maior alinhamento entre os membros frente às ameaças", ressalta Nascimento.
Qual pode ser o futuro entre o grupo BRICS e o Ocidente em meio à pressão tarifária dos EUA?
"Geraldo Alckmin, acompanhado de ministros, nos próximos dias vai visitar também o Canadá em busca de novos mercados para os produtos brasileiros. Então, a diversificação das exportações é crucial para amenizar o efeito das tarifas e a atuação do BRICS ganha força como bloco estratégico que pode se beneficiar bastante da reorganização do comércio mundial", concluiu Laís Nascimento.