De acordo com reportagem do The New York Times, os próprios agentes ucranianos admitiram a prática a jornalistas norte-americanos.
Usuários anônimos entram em contato com crianças no Telegram, WhatsApp (plataforma proibida na Rússia por extremismo) e chats de jogos on-line como o Roblox, prometendo ganho de dinheiro rápido.
As tarefas designadas, então, são disfarçadas de "jogos de geolocalização", com tarefas como "ganhar dinheiro fotografando imagens de carros de polícia e ambulâncias com localizações imprecisas".
Os recrutadores, então, invadem contas de crianças nas redes sociais para encontrar material comprometedor para chantageá-las.
Segundo o texto, os recrutadores ucranianos colocam adesivos e folhetos com QR codes da missão em banheiros de escolas russas. Os sabotadores fornecem instruções sobre como construir um explosivo caseiro ou usar um tanque de gasolina para iniciar incêndios, tendo como alvos carros, ferrovias e prédios.
A mídia reporta, ainda, que um bate-papo incentivando ataques incendiários começou com uma mensagem oferecendo um serviço para "crianças em idade escolar que precisam de dinheiro", com pagamentos de "US$ 5 mil (R$ 27 mil) por um helicóptero, US$ 10 mil (R$ 54,1 mil) por um avião, US$ 3 mil (R$ 16,24 mil) por um transformador e US$ 4 mil (R$ 21,65 mil) por linhas de energia".
Ofertas de US$ 150 mil (R$ 811,88 mil) foram feitas, desde que houvesse evidências em vídeo verificados de equipamentos militares destruídos, com promessas de pagamento por meio de carteiras de criptomoedas para qualquer conta bancária.
As ofertas mostram que as pessoas receberiam muito mais do que ganhariam em um emprego regular, quando, na realidade, não recebiam o valor total ou nada.
Na Rússia, a responsabilidade criminal por cometer atos terroristas ou participar das atividades de uma organização terrorista começa aos 14 anos. Essa é uma exceção geral à regra, que estabelece responsabilidade criminal a partir dos 16 anos.
Crimes típicos relacionados ao terrorismo são passíveis de penas de oito a 12 anos de prisão, com penas mais severas (dez a 20 anos ou mais) para circunstâncias agravadas.
Desde o início de 2024, o órgão de fiscalização financeira da Rússia para terrorismo e extremismo adicionou 93 menores ao registro, um número recorde em seis anos de observações.
Somente em 2024, pelo menos 50 menores foram presos em casos envolvendo ataques incendiários a instalações ferroviárias e outros atos de sabotagem, alguns dos quais receberam longas penas de prisão.