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Manifestações de 7 de Setembro dividem São Paulo entre defesa de soberania e clamor por anistia

O Dia da Independência, 7 de Setembro, deste ano, em São Paulo (SP) foi marcado por dois atos distintos que refletiram a polarização política no país.
Sputnik
Pela manhã, movimentos sociais e centrais sindicais organizaram manifestação na Praça da República em defesa da soberania nacional, de serviços públicos e de reformas tributárias.
À tarde, a avenida Paulista recebeu milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em ato convocado pelo movimento Reaja Brasil, liderado pelo pastor Silas Malafaia, que teve como bandeira central a anistia dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Na Praça da República, a vice-presidente do SindsaúdeSP, Valéria Fernandes, alertou para o risco de desmonte do Sistema Único de Saúde. Para ela, a saída é fortalecer o serviço público com servidores concursados.
"O SUS atualmente tem sofrido ataques imensos, no momento ele está quase que todo desmontado em OSS [Organizações Sociais de Saúde], então aqui o que a gente quer é garantir que a gente tenha concurso público, que a gente tenha um SUS de qualidade e a gente sabe que quando tá na mão da OSS, o SUS perde a qualidade", disse.
Valéria também destacou o plebiscito popular lançado pelos movimentos sociais, que vai até outubro, com propostas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
No mesmo espaço, manifestações também ganharam tom simbólico. O trabalhador têxtil Ronaldo Vinicius Moreira de Oliveira exibiu bonecos produzidos por sua iniciativa que representam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os itens, segundo ele, têm feito sucesso entre apoiadores do governo e foram apelidados de "Lula reborn".

Pressão pela anistia

À tarde, a narrativa mudou de cenário e de tom na avenida Paulista. Entre bandeiras nacionais e cartazes em defesa de Jair Bolsonaro, a palavra de ordem mais repetida foi "anistia".
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Manifestante pede socorro ao presidente americano, Donald Trump, em manifestação pró Jair Bolsonaro em São Paulo.
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Bandeiras do Brasil e dos EUA exibidas juntas na avenida Paulista, em São Paulo (SP), em 7 de setembro de 2025.
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Manifestante carrega bandeira do Brasil imperial no Dia da Independência do Brasil, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). 7 de setembro de 2025.
O microempresário Gilberto Teixeira, que levava bandeira mesclando símbolos de Israel e Brasil, disse ver na medida o caminho para pacificar o país. "Principalmente em prol da anistia, por ver pessoas que foram condenadas com peso em duas medidas... Acredito que a anistia seja um bom caminho para trazer realmente a tranquilidade para o nosso país."
Cristão e apoiador do Estado judaico, Teixeira afirmou enxergar nos Estados Unidos um modelo democrático a ser seguido. "Os Estados Unidos têm sido uma referência de liberdade para as nações da terra. E particularmente nesse quesito eu admiro muito o trabalho deles", disse.
Para ele, o Brasil deveria ser reconhecido como uma referência de paz, mas hoje vive "muitos desmandos" e divisões que, em suas palavras, colocam "empresários contra empregados, brancos contra negros, ricos contra pobres".
Outro participante, o professor Marciano Souza, defendia uma proposta ainda mais específica: a restauração da monarquia.
Com bandeira do Brasil Império em mãos, ele afirmou que o modelo republicano instaurado em 1889 teria sido um erro histórico. "A história do Brasil é uma história imperial, então, para mim, a Bandeira do Império é a restauração, o fim de um golpe que já é o golpe militar de 1889", disse.
Segundo Souza, a figura de um imperador traria estabilidade política e superaria a polarização atual. "A volta do Imperador, a volta dessa figura de unidade, dessa figura central do Estado, a gente acaba com qualquer bipolaridade, porque a gente tem alguém que representa, encarna o ideal do Brasil", declarou.
Ele rejeitou a ideia de imposição autoritária: "É longe de ser um retorno à força, é algo que emerge da vontade popular, uma expressão popular, uma expressão democrática, e que a gente retorna às raízes do Brasil."
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